O Clover Club é um famoso drinque do baú mas pouco explorado nos bares brasileiros.

O Clover Club é rosadinho, feito com framboesas, possui cremosidade e tem de tudo para ser uma versão chic das típicas batidas brasileiras.

Assim como o Pegu Club o nome do coquetel vem de um clube frequentado por figuras masculinas e depois inspirou o nome de um famoso bar em Nova Iorque.

O icônico Hotel Bellevue-Stratford da Filadélfia fundou o Clover Club nos anos de 1880 como um clube de advogados, banqueiros e jornalistas que se uniam para conversar, comer e beber bastante.

O coquetel homônimo apenas foi surgir por volta de 1905 e ficou muito famoso também fora deste restrito clube até a Época da Proibição. Mostrando que um coquetel rosado e frutado pode ser apreciado por todos, sem distinção.

Sua receita aparece pela primeira vez em 1909 no livro Drinks – How to Mix and Serve de Paul Lowe, um livro difícil de se encontrar. Os ingredientes deste drinque do baú são gin, vermute seco, xarope de framboesa, suco de limão siciliano e clara de ovo.

Um ponto importante desta receita é o uso do vermute seco, que com o passar do tempo foi esquecido pelos bartenders e ficou de fora da receita da IBA, por exemplo.

Para uma confirmação mais fácil podemos recorrer ao livro The Ideal Bartender do profissional afro-americano Tom Bullock em 1917.

Com sua grande popularidade para além do hotel filadelfiense os bartenders americanos começam a deturpar a receita, mudando o cítrico, o vermute, trocando o xarope de framboesa por grenadine e também alterando as proporções dos ingredientes. Toda essa alteração pode ter contribuído para o declínio de popularidade deste, afinal, “não devemos mexer em time que está ganhando”.

A receita sem o vermute seco perde as nuances florais que traz coesão entre a framboesa e o gim. A omissão muitas vezes gera um coquetel extremamente frutado e pouco complexo.

Quanto ao xarope de framboesa, um ingrediente comum à época e feito pelos bartenders, podemos destacar seu característico frescor e autenticidade, o que acaba se perdendo quando utilizamos um produto industrializado, seja xarope ou licor, ou feito pelo costumeiro método de aquecimento. Uma opção interessante é utilizar a fruta fresca no coquetel, mas não é a opção mais prática.

O resgate deste coquetel deve-se aos esforços conjuntos do historiador David Wondrich e Julie Reiner, proprietária do bar Clover Club de Nova Iorque (foto abaixo).

APRENDA A RECEITA

Clover Club

45 ml de gin london dry
15 ml de vermute seco
15 ml de xarope de framboesa
15 ml de suco de limão siciliano
15 ml de clara de ovo

Bata bem com gelo e coe para uma taça resfriada.
Decore com uma framboesa fresca ou um zest de limão siciliano.
Uma variação tão antiga quanto é o Clover Leaf, decorado com um ramo de hortelã.

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