A casa comandada por Nina Bastos levanta a bandeira da brasilidade e 70% da carta de coquetéis é feita com o destilado nacional de cana 

A região do baixo Augusta, em São Paulo, já é nacionalmente conhecida pela diversidade estabelecida nos bares e baladas, em que as ruas são tomadas de pessoas jovens das mais variadas crenças e tribos que estão em busca de diversão. É nesse ambiente plural que se encontra o restaurante e bar Jiquitaia, um pupilo da gastronomia e coquetelaria que vem chamando a atenção.

Com um selo de indicação no guia Bib Gourmand (categoria do Guia Michelin que contempla boa gastronomia a preços moderados), o local dispõe de dois ambientes que estão dentro da mesma casa e se diferem bastante. Uma é a área do restaurante, um ambiente mais intimista em que as pessoas degustam os pratos do Chef Marcelo Bastos, e o outro (no andar de cima e bem mais agitado) é onde fica bar, coordenado por Nina Bastos (sócia e irmã de Marcelo). 

No ambiente do bar encontra-se uma mesa grande coletiva, no qual diversos grupos se misturam e vira um grande encontro e também há um pequeno balcão que comporta poucas pessoas, que por muitas vezes se dividem para ver o trabalho da equipe liderada por Felipe LeiteNo Jiquitaia a identidade nacional é o que fala mais forte e tange tanto a gastronomia, que tem no cardápio comidas que trazem as mais profundas memórias afetivas, quanto na coquetelaria (um passo um pouco mais recente). Essa brasilidade foi o fio condutor da carta lançada em junho deste ano. 

De acordo com Nina Bastos, chegou uma hora em que não fazia sentido vender uma caipirinha para o cliente que pedia para substituir a cachaça por vodca. A jovem empreendedora percebeu que precisava trabalhar o conceito de identidade nacional também para a coquetelaria e de forma autodidata ela foi estudar sobre o assunto e também sobre cachaça. 

A partir daí, Nina rodou boa parte do país para conhecer os melhores produtores de cachaça e o que cada um tinha de diferente no trabalho – técnica de produção, tecnologia, identidade das madeiras, etc.

Testou várias cachaças para chegar na receita de caipirinha que considera perfeita e assim poder defender para o cliente o porquê este coquetel é feito com a ‘branquinha’. “No começo muita gente vinha e pedia caipirinha com vodca, mas com um trabalho de engajamento, conseguimos reverter a situação e hoje quase ninguém pede sem cachaça”, relata. 

Depois dessa construção de identidade, Nina chamou o bartender Felipe Leite, o consultor Danilo Nakamura e juntos elaboraram uma carta coletiva, com várias ideias baseadas nos ingredientes nacionais e intuito de promover mais a cachaça como coquetel base. “É uma carta em que tiramos várias coisas com gin, vodca e estabelecemos 70% dela com cachaça”, relata Nina. 

O Jiquitaia é uma referência no assunto da cachaça, nossa história é baseada nos sabores nacionais e, ‘etilicamente’ falando, nada nos representa mais do que a boa e velha branquinha…isso encanta nossos clientes e ajuda a disseminar essa cultura fazendo com que eles fiquem mais abertos a conhecer e entender o trabalho que estamos desenvolvendo”, comenta Felipe Leite. 

Entre os coquetéis que mais fazem sucesso estão o Caju Amigo, uma receita em homenagem ao bar Pandoro, que leva cachaça envelhecida em jequitibá rosa, suco concentrado e uma compota artesanal de caju, o Jamburana, uma criação de Paulo Leite (do extinto Sagarana) que leva espuma de jambu feita artesanalmente na casa e lembra um moscow mule maluco. Além do Do Mato, feito com capim limão e gin Virga (que leva cachaça no blend). Confira os coquetéis do Jiquitaia.

Drinques do Jiquitaia

Detox
Gin, manjericão, limão

Mandasour
Cachaça Princesa Isabel, mate, mel de mandaçaia 

Soldado Medeiros
Bourbon, mel, gengibre

Si Hay Coentro Soy Contra
Gin, coentro, morada cupuaçu

Caju Amigo (foto ao lado)
Cachaça Princesa Isabel, compota de caju e limão

Mocotaia Collins
Cerveja, gin Virga, limão e açúcar

Jamburana
Cachaça da casa, jambu, gengibre

Sharon
Jerez fino, vermute, Campari

Flor da Paraíba
La Gula Manzanilla, cachaça, azeitona

Do Mato (foto ao lado)
Gin Virga, capim santo, refrigerante de cajuína

Suburbano
Cachaça da casa, Cynar 70, mel de mandaçaia, ginger ale

Madame St Germain
Tequila, St Germain, vermute

Tokyo Collins
Gin, Yuzu, Grapefruit

Da Terra
Whisky irlandês, banana da terra defumada

Jiquitaia’s Blood
Suco de tomate, gin, mix de temperos do chef

Jerezana
Jerez, vermute, cacau

Além dos coquetéis, o Jiquitaia também se estabeleceu na cidade como um bom lugar para fazer degustação de cachaças, em que Paulo Leite e Nina fizeram uma curadoria especial para uma carta só de aguardente, que conta com bebidas de vários cantos do país e dos mais variados estilos e madeiras.

Inclusive, a casa conta com a própria cachaça, que foi um trabalho desenvolvido por Nina e os produtores da Princesa Isabel, do Espírito Santo. Se você tiver sorte no dia que for ao Jiquitaia, a própria Nina pode te ajudar a fazer a escolha certa.

Para dar aquela equilibrada no álcool, a parte do bar conta com uma pequena carta de petiscos e lanches, que também valem a experiência, como o quiabo com missô, ou o hambúrguer de carne de porco. 

saiba mais

Jiquitaia Bar

Instagram: www.instagram.com/jiquitaia
Facebook: www.facebook.com/Jiquitaia
Endereço: Rua Antônio Carlos, 268, Consolação, São Paulo
Horário do Bar:  terça a sábado das 19h às 2h
Horário do Restaurante: Seg das 12h às 15h/ Ter à sex – 12h às 15h/19h as 23h30/ Sáb – 12h às 17h/19h as 23h30
Contato: 3262-2366 / 3148-0640

 

Receba nossa newsletter com os melhores artigos do universo da mixologia.

Obrigado por se inscrever!