Apesar de o Sidecar ser tão famoso infelizmente os bartenders se esquecem de servi-lo mais vezes.

O Sidecar é um coquetel clássico que sofre por ser apenas disseminado dentro dos estudos da coquetelaria.

“Este coquetel é o mais perfeito exemplo que conheço de um drinque magnífico porém mal feito.”
Com esta frase David Embury inicia seu texto sobre o Sidecar, para ele um dos seis coquetéis fundamentais.

A criação do Sidecar é confusa, mas o fato é que originou-se na França durante o período da Primeira Guerra e seu nome é referência direta ao carrinho lateral acoplado à motocicletas, o tal do sidecar.

Aparece pela primeira vez no livro Harry’s ABC of Mixing Cocktails de 1922, onde Harry MacElhone dá os créditos ao bartender Pat MacGarry do Buck’s Club, contudo em uma reedição de seu livro Harry diz que o coquetel é de sua invenção.

Fato é que as primeiras receitas publicadas são “mal feitas” em partes iguais, produzindo um coquetel leve, doce e com pouco sabor de Brandy. Em 1930, no livro The Savoy Cocktail Book, aparece uma receita mais tradicional com 2 partes de Brandy, 1 parte de Cointreau e 1 parte de suco de limão siciliano.

A grande variação entre os estilos de Brandy é um dos pontos que faz necessário ajustar a receita para a marca que irá ser utilizada.

O Cognac é o Brandy mais famoso e possui uma acidez característica, que juntamente com o envelhecimento em carvalho Limousin apresenta fortes sabores frutados e maduros. Já o Armagnac é um parente próximo do Cognac, porém mais seco. Os Brandies de Jerez são encorpados e doces, lembrando bem os Jerez do estilo Pedro Ximenez. Além disso existem ainda os Brandies locais como os americanos, alemães, brasileiros e o grego Metaxa. Dentro de tantas opções é claro que a receita altera-se minimamente de uma marca para outra.

Audrey Saunders experimentou receitas com diversas marcas para seu bar Pegu Club e concluiu que as proporções entre limão e licor variam muito.

Ainda assim, quando bem feito este é um coquetel extremamente delicioso, combina notas amadeiradas e encorpadas do Brandy com o frescor seco do Cointreau e do suco de limão siciliano.

Devido à forte potência alcoólica deste coquetel o cítrico fica bem destacado e Robert Hess recomenda utilizar um pouco a menos que o usual.

Quanto à famosa borda de açúcar, a primeira associação com o Sidecar aparece em 1934 em diversos livros, contudo esta é uma maneira pouco efetiva de equilibrar o coquetel para paladares mais doces, além de ocorrer do açúcar dissolver no suor da taça e deixá-la grudenta.
Para buscar um equilíbrio levemente mais doce e com mais corpo, evitando sobrecarregar nas notas de laranja do Cointreau e ajudando a diminuir o álcool do coquetel, o bartender Joaquin Simó sugere adicionar um toque de xarope de açúcar, mais especificamente um xarope rico (ou 2:1) de açúcar demerara.

Fato é que, por mais difícil que seja chegar a uma receita bem equilibrada para este coquetel deve-se muito respeito a ele por ter aberto precedente para clássicos como Margarita e Cosmopolitan, além de ser um coquetel muito elegante e saboroso.

APRENDA A RECEITA
Sidecar

60 ml Brandy
25 ml Cointreau
15 ml suco de limão siciliano
05 ml xarope de açúcar (opcional)

Bater vigorosamente com gelo e servir em taça coquetel resfriada.
Decorar com casca de limão siciliano.

Aprenda a preparar outras receitas deliciosas na coluna Drinques do Baú

Receba nossa newsletter com os melhores artigos do universo da mixologia.

Obrigado por se inscrever!