Alabazam, um drinque centenário que combina muito bem com os dias de hoje

Esta versão de um Brandy Crusta parece uma adaptação moderna do clássico, mas na verdade data de 1878.

O Alabazam aparece no livro American and Other Drinks do bartender novaiorquino Leo Engel, chefe de bar do Criterion Hotel de Londres em 1878. Um livro bem interessante que retrata o estilo inusitado de Engel para a coquetelaria, com diversas receitas contendo ovos inteiros, algumas inclusive com pimenta caiena e sal, um Milk Punch clarificado, um punch contendo geléia de mocotó e um outro com geléia de goiaba!

Para este drinque do baú, Engel retoma a herança medicinal do bitter aromático e usa-o em grande quantidade, um fato que depois é ignorado nos livros da época que listam o ingrediente em sua dosagem comum de alguns dashes.

A colher de chá cheia de bitters agrega a este coquetel não apenas um amargor distinto mas um paladar intenso e repleto de especiarias à maneira que muitos bartenders contemporâneos buscam para suas receitas. O coquetel certamente é inspiração para receitas como Jinga e Zim Zala Bim do bartender Jamie Boudreau.

Para balancear a dose extra de bitters a receita leva um pouco mais de licor que o usual.
Visando diluir a potência de aromas do coquetel ele é batido com gelo. Vale também notar que o uso da Angostura e suas fortes notas de especiaria contrasta muito bem as notas frutadas do Cognac e do Curaçao, podendo servir de ideia para o bartender mais curioso.

Sem mais delongas, aproveite agora uma receita com medidas para este delicioso clássico esquecido.

ALABAZAM

50 ml de Cognac
10 ml de Curaçao
5 ml de simple syrup
5 ml de suco de limão siciliano
5 ml de Angostura Bitters

Em uma coqueteleira com cubo de gelo bata todos os ingredientes vigorosamente.
Faça uma coagem dupla para uma taça previamente resfriada.
Não é necessário decoração, mas pode usar a casca de um limão siciliano.

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