Aprenda a preparar o Tupinambá, drinque do bartender Royter Correia

Diversos povos indígenas dominavam a costa brasileira no século XVI. Na luta contra a captura como escravos e pela própria sobrevivência, as tribos tupis se uniram na Confederação dos Tamoios. A aliança era liderada pelos tupinambás, nação que vivia ao longo da costa do nordeste e do Rio de Janeiro. E era no sudeste que recebiam também o nome de tamoios.

Para homenagear todas as nações indígenas que formavam o Brasil antes dos portugueses, Royter Correia criou o drinque Tupinambá. Bravos sobreviventes dessa nação vivem hoje na Bahia em terras não demarcadas. Mas o legado desse povo também circula sangue de diversas populações caiçaras espalhadas pela costa brasileira.

Na lista de ingredientes, o Tupinambá traz cachaça para marcar a brasilidade, purê de caju para homenagear o nordeste, licor de cumaru da Amazônia e um orgeat de castanha de baru artesanal honra com louvor essa amêndoa do cerrado. Por fim, o suco de limão cravo representa a região sul como memória de infância na casa da avó de Royter no interior do Paraná.

Antes de se tornar bartender, Royter Correia passou alguns anos no salão como garçom. Mas, apaixonado e curioso pelo bar, arriscou-se pela primeiras vez no balcão do Momotaro em 2015 e desde então buscou sempre evoluir e estudar a cada dia a coquetelaria. Ao longo dos anos já passou pelo Brace (bar dentro do Eataly) e depois foi para o Barê, onde está até hoje e busca desenvolver uma coquetelaria com ênfase nos ingredientes brasileiros, com destaque para a cachaça, claro.

Forte em campeonatos, em 2016 venceu a etapa brasileira da Monin Cup e foi disputar a final mundial em Paris. No ano seguinte foi ainda finalista do Chivas Extra Juntos e Extraordinários e semifinalista do Bacardi Legacy. Em 2018 levou o caneco do concurso de Caipirinha Paulista.

Servido em taças de madeira feita por artesãos do interior da Bahia o Tupinambá é um dos drinques mais pedidos no Barê, ao custo de R$ 25. Uma mistura com a história e os sabores do nosso país dentre os #365DrinquesDoBrasil.

APRENDA A RECEITA

Tupinambá

40 ml de cachaça Tiê Prata
30 ml de purê de caju
15 ml de licor de cumaru
15 ml de orgeat de castanha de baru
15 ml de limão cravo

Em uma coqueteleira com gelo coloque todos os ingredientes acima e bata vigorosamente. Coe para um copo longo com gelo novo e finalize com uma folha grande de hortelã, limão desidratado e raspas de cumaru.

Receita de licor de cumaru

1 litro de vodka (40%)
600 ml de xarope de açúcar 1:1
30 g de cumaru

Rale as sementes e deixe infusionar na vodka por cerca de 10 dias, mexendo diariamente. Após isso, filtre muito bem e adicione os xarope na mistura para baixar a graduação alcoólica para cerca de 25%. Misture bem e guarde refrigerado.

Receita de orgeat de castanha de baru

700 ml de água mineral
700 g de açúcar refinado
150 g de castanha de baru
10 ml de água de flor de laranjeira

Coloque as castanhas no fogo com água para ferver e retirar as cascas. Na sequência, torre-as um pouco no fogo e então moa o baru já torrado no thermomix ou liquidificador. Ferva a água na panela e adicione a castanha, mexa e na sequência coloque o açúcar e dilua por completo. Faça uma coagem bem fina e deixe esfriar. Para finalizar, adicione a água de flor de laranjeira, mexa bem e guarde na geladeira.

Receita de purê de caju

500 g de caju fresco 
50 ml de vodka

Retire a castanha e a casca do caju e bata com a vodka no liquidificador. A dica é manter sempre a proporção de 90% de fruta para 10% de álcool.

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