Aprenda a preparar o Chaveco, drinque do bartender Roberto Torres

Homofobia, de acordo com o dicionário, é: qualquer ato ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Na prática é o pai que bate no filho que se comporta de maneira afeminada. São jovens moças e rapazes expulsos de casa por sua orientação sexual. Pessoas agredidas pela suposta inadequação de seu comportamento.

Muitos grupos e pessoas lutam para que o Brasil seja mais tolerante e acima de tudo menos mortal e agressivo com a população LGBT. E ser heterossexual não é desculpa para se manter alheio a esse drama.A insegurança de certo homens com a sexualidade alheia é tanta, que alguns são capazes de agredir ao se sentirem paquerados por outro cara. Um ataque homofóbico sofrido por um amigo do bartender Roberto Torres o inspirou a criar seu drinque Chaveco

O agressor, de tão inseguro, deu um soco na cara do amigo de Roberto por um olhar interpretado como paquera em uma balada. O coquetel é uma forma de protesto, mas também de defesa de valores fundamentais para os tempos em que vivemos. Uma ode à tolerância e ao direito de se divertir e curtir a vida da melhor maneira possível.

O Chaveco é servido em um copo de geléia e tem como base gin. O ingrediente mais marcante é mesmo o falernum, xarope de especiarias a base de pimenta da jamaica, cravo da índia e cardamomo, trata-se de uma referência da coquetelaria tiki e com inspiração na culinária criolla. Já o chá de mel, camomila e baunilha ajuda a dar um pouco de paz e tranquilidade. Por fim, um toque de suco de limão siciliano e água com gás completam a mistura.

Aos 18 anos Roberto Torres lutava jiu-jitsu e não tinha ideia de qual caminho seguir na vida. Ganhou um curso de bartender no Senac e lá conheceu seu grande mestre, o professor André Cerqueira Batista. Foi ele quem abriu as portas, recomendou leituras e repassou ao aprendiz a paixão pelo atendimento, os diálogos, a oportunidade de participar dos melhores momentos e emoções das pessoas. As primeiras oportunidades de trabalho na área vieram a convite do grande tutor profissional de Roberto. O mestre morreu prematuramente, mas deixou um legado de ética profissional e uma visão ampla sobre o mercado e a atuação do bartender. Roberto passou pelo Toca do Siri Leblon, Entre Tapas, mas foi no Ró restaurante que sua carreira ganhou destaque.

Foi no restaurante de culinária crudívora da chef Inês Braconnot que aprendeu a trabalhar com ingredientes artesanais e deixar de lado o açúcar. A experiência o levou para chefiar o bar do italiano Quadrucci. Acumula ainda a consultoria para o Scavarda’s GastroPub em Nova Friburgo. Em relação aos campeonatos, fez sua estréia no da Chandon e conquistou o quarto lugar no Circuito Carioca de Gim, justamente com o Chaveco.

APRENDA A RECEITA

Chaveco

50 ml de Amázzoni gin
30 ml de suco de limão siciliano
15 ml de falernum (xarope de especiarias)
1 sachê de chá de mel, camomila e baunilha
Água com gás para completar

Monte todos os ingredientes em um copo longo ou um copo de geléia com gelo. Finalize com flores de camomila por cima.

Receita de falernum, por Roberto Torres (xarope de especiarias)

1 litro de água mineral
1 kg de açúcar refinado
200 g de pimenta da jamaica
30 g de cardamomo
20 g de cravo-da-índia

Coloque todos os ingredientes na na panela em fogo baixo até dissolver o açúcar.
Deixe a mistura descansar por cerca de 15 minutos e depois retire. Coe e reserve.

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