Nesta semana foi anunciada pela Drinks International a lista dos 100 nomes mais influentes do “mundo do bar”. 

A lista, intitulada de Bar World 100 está sob a curadoria do editor-chefe Hamish Smith, que além de ser responsável pela revista Drinks Int também está a frente da Class Bar Mag, duas das mais importantes publicações da indústria de bebidas de todo o mundo e de quebra é parte da cúpula do 50 Best Bars.

É uma importante ferramenta de promoção da indústria de bares de todo o mundo, e por conta disso, devemos conhecer a fundo o que está por trás dessa nomeação.

Vale lembrar que como é informado pela organização do ranking, não se trata da lista dos 100 melhores bartenders do mundo, mas das figuras mais influentes, considerando a cadeia como um todo, de bartenders, embaixadores, consultores, sócios, escritores e influenciadores.

Portanto, assim como indica Hamish:  “se você não está seguindo as carreiras dessas pessoas, talvez queira começar.”  E nós acreditamos fortemente nisso.

Agora, vamos aprofundar mais nessa lista?

O Resultado

Em primeiro lugar, está Ryan Chetiyawardana, do coletivo Lyan, de Londres.
Acompanhe as primeiras 25 posições abaixo e o ranking completo no final.1 – Ryan Chetiyawardana – Mr Lyan (Londres, Reino Unido)
2 – Alex Kratena – Tayer + Elementary (Londres, Reino Unido)
3 – David Wondrich  – historiador (Nova Iorque – EUA)
4 – Ivy Mix  – Leyenda (Nova Iorque – EUA)
5 – Monica Berg – Tayer + Elementary (Londres, Reino Unido)
6 – Iain Griffiths – Trash Collective (Toronto, Canadá)
7 – Angus Winchester  – Bar Convent Berlin (Nova Iorque – EUA)
8 – Carina Soto Velasquez – Quixotic Projects (Paris – França)
9 – Jeffrey Morgenthaler – Clyde Common (Portland – EUA)
10 – Tim Etherington Judge – Healthy Hospo (Reino Unido)
11 – Hidetsugu Ueno – High Five (Toquio – Japão)
12 – Remy Savage – Artesian (Londres, Reino Unido)
13 – Simone Caporale – P(our) (Londres, Reino Unido)
14 – Shingo Gokan – Odd Couple (Xangai – China)
15 – Phillip Duff – Old Duff Genever (Nova Iorque – EUA)
16 – Renato Giovannoni – Floreria Atlantico (Buenos Aires – Argentina)
17 – Erik Lorincz – Kwant (Londres, Reino Unido)
18 – Jack McGarry – Dead Rabbit/Blacktail (Nova Iorque – EUA)
19 – Ashtin Berry – Radical Xchange (New Orleans – EUA)
20 – Jared Brown – escritor (Sipsmith – Reino Unido)
21 – Philip Bischoff – Four Season – (Nova Iorque – EUA)
22 – Nico de Soto – Mace/Danico (Nova Iorque – EUA)
23 – Ian Burrel – rum embaixador (Londres – Reino Unido)
24 – Jim Meehan – PDT – (Portland – EUA)
25 – Simon Ford – Fords Gin (Nova Iorque – EUA)

Se quiser ler a edição da revista na íntegra e conhecer os 100 nomes, clique aqui, mas somente após terminar esse artigo, ok?

Como acontece a votação?

Sempre que vemos uma lista relevante de algum setor sempre surge uma pulguinha atrás da orelha. Mas quem votou? Quais os interesses dessa lista? Quais são os vícios que ela comete sem perceber? E principalmente, como ela pode influenciar positiva ou negativamente o seu mercado?

Para essas perguntas, respostas teóricas podem ser levantadas, algumas precisariam de uma dose de achismo, mas outras podem balizar o processo e nos dar um senso de isonomia.

No caso da Bar World 100, uma lista séria e competente selecionada com centenas dos nomes mais relevantes da comunidade de bartenders e da indústria de bares do mundo inteiro, na mesma pesquisa que seleciona os 100 melhores bares do mundo – da qual este que vos fala não poderia, por motivo de discrição, lhe confirmar que participa da votação há 4 anos. Como a própria Drinks Int explica:

“Cada eleitor foi convidado a nomear quem eles consideravam como as 10 figuras mundiais mais influentes que estão promovendo mudanças positivas na indústria global de bares. Não há critérios rígidos para votar, pois confiamos na opinião do nosso painel, mas nossas diretrizes foram as seguintes:

• Aqueles que inovaram e impulsionaram o setor para a frente, como, quem e por que estabelecer o padrão globalmente e inspirar os outros ao seu redor.

• Aqueles que abordaram as injustiças na indústria de bares, usando sua influência para promover mudanças positivas.

Um máximo de três de seus 10 votos poderia ser para figuras de bar em sua cidade de residência e um máximo de cinco de seu país. Isso significava que pelo menos metade dos votos de um membro do comitê (embora potencialmente 10) seria para figuras internacionais de bar.

Havia um par de linhas vermelhas também – os eleitores não podiam votar sozinhos, nem podiam votar em qualquer pessoa cujos negócios tivessem interesse, financeiro ou outro.”

Foram mais de 40 cidades representadas através dos eleitores, sendo que 59% fazem parte do setor de mídia, 20% são consultores, 13% são embaixadores de marca, 6% são organizadores de evento, e 2% são treinadores de bares.

Porque acompanhar a lista?

Para se inspirar em nomes que ganharam respeito, admiração por seus feitos na comunidade de bartenders e na indústria de bebidas.

Para acompanhar tendências que estão sendo pensadas no inconsciente coletivo da comunidade de coquetelaria.

Para conhecer as novidades que esses nomes estão trazendo ano após ano, enriquecendo a cultura de coquetelaria global.

Para se conectar com mercados novos de coquetelaria, ampliar seu conhecimento e poder atender melhor no seu balcão, com novas histórias e referências.

Prós e Contras

CONTRA | Forma núcleos de interesse mais sólidos e desiguais

Lembra daquela música que nos atormentou um um carnaval não tão distante e carregava o seguinte refrão; “É que o de cima sobe e o de baixo desce” ?

Pois é, ao nomear em ranking anuais as figuras ou os bares escolhidos – podemos dizer que temos hoje por volta de 5 listas anuais –  criamos um movimento muito sutil de aglutinação de interesses.

O mundo inteiro passa a olhar mais para esses 100 nomes e menos para o que “corre por fora”, trazendo ideias, conceito inovadores. O que nos leva para o próximo contra.

CONTRA | Pasteurização no estilo, linguagem e conceito

Um dos grandes riscos de um mercado muito apoiado por ranking é um processo de pasteurização da figura do influenciador (no melhor dos sentidos da palavra).

Ao olhar fixamente para as características dos nomes mais relevantes, muitos bartenders podem tentar copiar a “fórmula do sucesso” desses escolhidos, não desenvolvendo sua própria linguagem, estilo e cultura. O que na essência, foi o que colocou os premiados na lista de reconhecidos pela indústria.

Mas nem tudo são contras não é?

PRÓ | Registra just-in-time a evolução da coquetelaria global

Permite que a comunidade de bartenders e a industria de bares possam registrar generosamente o caminhar dessa geração de sucesso e a sua real contribuição em cada atividade que executam.

Quanto mais referências melhor não? Quais mais fontes de inspiração melhor não?
Então, se não fosse rankings como esse, provavelmente continuaríamos ilhados em conhecimento e referências até hoje.

PRÓ | Pulveriza a cultura global de coquetelaria

Essa lista permite que bartenders de todo o mundo possam – se assim quiserem – pesquisar profundamente a cultura de coquetelaria de vários países, seus agentes mais relevantes, bartenders e coquetéis que estão mudando a cena local de continentes completamente diferentes.

PRÓ | Acelera o desenvolvimento das boas práticas do bartending

Assim como o Mixology News, que tem como foco o desenvolvimento da coquetelaria brasileira e nos orgulhamos imensamente de entregar conteúdo de qualidade no mesmo minuto para bartenders na Vila Madalena, no Leblon, em Campo Grande, Gramado ou Ananindeua, listas como a da Drinks Int permite que bartenders de diversos países possam beber da mesma fonte – e diga-se de passagem – uma fonte de altíssima qualidade – e colocar em prática ferramentas de excelência como o menor tempo e custo possível.

Acredito que seja uma das ferramentas mais eficientes para acelerar o melhorias de bares e bartenders no curto prazo.

E O BRASIL COM ISSO?

Na 36ª posição, aparece pela primeira vez um brasileiro. Bartender e proprietário do Guilhotina Bar, em São Paulo, Márcio Silva é uma figura carimbada da cena global de coquetelaria.

Com vivência por diversos países europeus e bom relacionamento com a comunidade global de coquetelaria, Márcio consegue colocar mais uma vez o Guilhotina – e seu nome – em alta.

Como podemos acompanhar pela desgastante agenda de eventos internacionais que Márcio investe seu tempo, dinheiro e energia, parabenizamos pelo sucesso pessoal alcançado e por colocar o Brasil na lista de 2019.

AMÉRICA LATINA GANHANDO ESPAÇO

Além do brasileiro presente, temos nesta lista nomes hermanos que gostaríamos de parabenizar:

16 – Renato Givannonni – Floreria Atlantico (Buenos Aires, Argentina)
59 – Aaron Diaz – Carnaval (Lima, Peru)
75 – Federico Cuco – Verne Club (Buenos Aires, Argentina)

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