Expresso Pantaneiro, terra de cultura, terra de raízes e sabores.
Terra de índio, terra de pessoas que plantam e colhem seus frutos, terra de pessoas que desenvolvem sua cultura e apreciam seus sabores. Raízes de gente que senta na calçada e compartilha momentos e uma boa erva..” Calma ai, erva?! Sim doutor, erva!
Tereré, “téres”, “téras”, “téra” ou “téro” no lugar de “tereré”.
Sua origem é baseada em quatro versões extremamente duvidosas, desde qual acontecimento foi primordial para o seu consumo e até ser possível que todos tenha acontecido em momentos distintos da história.
Essa erva-mate de origem paraguaia de nome científico (Ilex paraguariensis) deriva-se do termo tupi kõ’gõi, que significa “o que mantém o ser”, também reconhecida pelo jesuítas como as virtudes do mate (ka’a em guarani).
No Brasil, o tereré foi trazido pelos paraguaios, que entraram pelo país através do Mato Grosso do Sul e depois se espalhou para outras partes do estado. Todo o ciclo brasileiro da erva-mate do tereré teve início na cidade de Ponta Porã, que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia, depois expandiu-se para outras cidades e estados.
É importante ressaltar que a partir da década de 30 a erva-mate se transformou em um produto extremamente relevante para a economia do município de Dourados. Somente a partir da década de 70 é que a produção de soja superou sua importância econômica.
O Sr. Alberto Caçati, um dos pioneiros de Dourados, fez muitas viagens à Campo Grande, em meados do séc XX, com carretas puxadas por bois, lotadas de erva-mate produzida pela família de João Cândido Câmara para então ser comercializada naquela cidade.A erva-mate é ideal para a produções de bitters ou tinturas aromáticas pelo seu alto nível de componentes herbais, trazendo notas mais adstringentes que combinam muito com coquetéis tropicais com volumes menos alcoólicos.
Tenho testado o tereré em diversas técnicas de produções para separar e catalogar seus resultados para fins de aplicação na mixologia brasileira. No fim deste post você aprenderá uma receita fácil e rápida de fazer sua própria tintura para servir no seu bar ou até mesmo temperar um drinque de boas vidas para seus convidados ou amigos.
A erva-mate é um produto natural, composto de diversas substâncias orgânicas bioativas, com propriedades antioxidante, estimulante do sistema nervoso central, diurética, anti-inflamatória, antirreumática e de redução do índice glicêmico da dieta.
Sendo assim com tanta oxigenação e complexidade de sabores, escolhi um fruto que está rompendo barreiras, fruta que está presente nos melhores restaurantes, feiras, mercados populares e eventos turísticos do estado de mato grosso do sul e regiões.
A Guavira – (Campomonesia adamantium) é também conhecida também como Gabiroba.
A fruta, que será tema do meu próximo post sobre as riquezas Do Pantanal, já conquistou o privilégio de ter um festival em sua homenagem.Que tal juntar esses dois componentes e criar um delicioso coquetel?
Nessa receita criada para o restaurante Imakay, priorizei a escolha das propriedades cítricas e de sub sabores adocicados pois o coquetel tem que ter contraste com clima seco e quente da cidade.Na receita do Gabiro Tiki, busco as notas de acidez e frescor para trazer até a mesa do cliente um buquê agradável e honesto. Aprenda abaixo a preparar este drinque:
Gabiro Tiki
30 ml de rum Bacardi Carta Blanca
40 ml de cachaça Taboa Edição Guavira
10 ml de vermute Martini Dry
25 ml de xarope de guavira
15 ml de suco de abacaxi
10 ml de suco de limão
6 gotas de tintura Pantaneira (Tereré)
Abacaxi desidratado com buquê de folhas de hortelã
Coloque gelo na cuia e use a ponta de uma colher de bar para girar o gelo que esta dentro da cuia, gelando o recipiente interno para evitar a diluição.
Retire o gelo e adicione os ingredientes o rum, cachaça, vermute, xarope e suco de abacaxi e de limão dentro da cuia. Mexa com a colher de bar para obter a homogeneização dos ingredientes.
Triture o gelo usando um martelo de madeira e um saco de pano, um macerador e uma coqueteleira, ou no liquidificador, como preferir!
Deixe a colher de bar dentro da cuia e adicione o gelo moído ate chegar na superfície, mexa para gelar a bebida e repita até o gelo ultrapassar o topo da cuia. Finalize com gotas de Tintura Pantaneira por cima do drinque.
Coloque dois canudos e saúde.
Para a receita de xarope de guavira, utilize 500 g de guavira, 250 g de açúcar demerara, 200 ml de água filtrada.
APRENDA A PREPARAR
Tintura de Erva-Mate
7 g de erva-mate da sua preferência (minha preferida é a pura)
3 g de raiz de alcaçuz
2 g de canela
3 grãos de cravo da índia
1 unid de flor de abacateiro
200 ml de álcool de cereais 75%G.A. (pode substituir por uma cachaça neutra)
Separe todos os ingredientes, pese para obter o volume descrito acima, coloque todos os ingredientes dentro de um recipiente limpo de preferencia que sege de vidro, feche o recipiente e certifique-se que o ar não está entrando ou saindo de dentro do mesmo.
Deixe em estado de infusão por 3 meses armazenado em um local escuro, sem umidade e calor, depois dessas etapas, coe o liquido com um pano de musselina ou filtro de café. Use um vidro escuro (tipo garrafa de vinho) ou um conta gotas para guardar a tintura pronta.
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