Entrevista com Leopoldo Almeida, inventou do método Preshh de gaseificação

Grandes invenções que mudaram a maneira como vivemos foram feitas por brasileiros e nem nos damos conta. A mais famosa sem dúvida é o avião de Santos Dumont, mas invenções como o câmbio eletrônico, o cinema 3D, o identificador de chamadas, o walkman e até a tão discutida urna eletrônica também são de autoria de mentes brasileiras.

Na indústria de bebidas, não vemos o mesmo pioneirismo brasileiro nas inovações de bar, mas temos um equipamento que tem dado o que falar nos últimos 2 anos. Um método de gaseificação econômico, versátil e rápido.

Dezenas de bares estão produzindo drinques gaseificados com o auxílio da Preshh e por conta disso convidamos o inventor do método, Leopoldo Almeida para contar um pouco sobre as vantagens dessa novidade.

Acompanhe a entrevista

Como foi a sua trajetória como inventor? Quais os desafios para empreender neste país?

Minha trajetória como inventor começou com meu avô, em casa, quando criança fazendo engenhocas como prateleiras ou suportes de ferramentas. Com 26 anos fiz minha primeira invenção que era um aparelho que limpava instrumental cirúrgico por pressão de vapor.

Aos 40 ganhei um prêmio nos Estados Unidos com  a minha segunda invenção, Khort, que foi um abridor de sachês, considerada a melhor invenção das Américas no ano de 2010. Agora, com um gaseificador de bebidas que tem se espalhado pelos bares do Brasil.

Empreender é difícil. Empreender com um produto que não existe histórico de comportamento no mercado é mais ainda. No Brasil, só para quem for empreendedor raiz mesmo, que tenha um pouco de insanidade ou que não consiga fazer outra coisa da vida.

Como foi o momento em que você percebeu que um produto como Preshh seria tão relevante para a coquetelaria?

Os três momentos que me levaram a ter certeza de que Preshh seria relevante na coquetelaria foram quando apresentei para o Tai Barbin, Marco De la Roche e Fabio La Pietra.
Em junho de 2018, apresentei o produto para o Tai no Rio de Janeiro. Fizemos alguns testes e ele perguntou se eu poderia deixar um período lá para ele conhecer melhor e assim o fiz. Poucas semanas depois, conversamos e o Preshh estava no  Nosso Bar, em Ipanema, nossa primeira casa no Rio de Janeiro.
Logo em seguida, participei da Fispal e conheci o Marco. Ele me sugeriu ir para São Paulo e que se eu fosse, me daria bem. Logo em seguida, se materializou com o Riviera Bar sendo a primeira casa a ter o Preshh em São Paulo.
Algum tempo depois conheci Nicola Bara ainda em seu momento de transição do SubAstor para o Microbar. Ele pediu uma demonstração e a fiz ainda no Sub. Nessa ocasião, tive também a oportunidade de apresentar ao Fábio la Pietra e sua equipe. Conversamos um pouco, fizemos mais testes com Nicola e José Ronaldo e foi quando ouvi dele (Fábio) que era o melhor sistema de carbonatação que ele tinha visto até aquele momento – Confesso que me emocionei. A partir daí, ganhei confiança e os principais bares do Rio e São Paulo.

Com a tendência de gaseificar drinques na operação do bar, com perfis e técnicas diferentes, podemos dizer que a definição de drinques “batidos, mexidos e montados” deverão ser revistas para acrescentar o gaseificados às opções?

Batidos, mexidos, montados e agora, pressurizados. A coquetelaria está se modernizado e assim precisa ser revista no que já é realidade nos principais bares do Brasil. Como classificaríamos uma soda italiana com uma dose de álcool qualquer numa garrafa Preshh, onde 30 ml de algum xarope, 30 ml de algum álcool, água sem gás, gelo e pressão. Seria ele montado, mexido, batido ou pressurizado?
A coquetelaria está se modernizando e assim precisamos modernizar técnicas e termos para sua continuidade e evolução.

Uma das grandes barreiras da gaseificação artesanal para bares, restaurantes e cafeterias é a falta de praticidade do método, onde muitos bares acabam por incluindo água gasosa na bebida. O que você diria sobre a praticidade de Preshh?

Colocar gás em bebidas existe desde o século 18 e não há qualquer novidade nisso. Diferente dos processos existentes, Preshh foi desenvolvido com a premissa da entrega do drink com qualidade e agilidade, sem sacrifício do custo.

O desafio não era colocar gás e sim fazer com que a quantidade de comandas que viessem, sairiam na mesma velocidade de preparo de qualquer outro drink. Todos nossos clientes trabalham de duas formas de trabalho. Uma delas a produção sob demanda, ou seja, o drink é preparado na hora da maneira que o cliente desejar. A outra, o pré-preparo.

Em nossos contratos deixamos a quantidade de garrafas necessária para ambos os casos. A exemplo do Vizinho, que deixa algumas garrafas com Ginger Ale pronto para finalização do preparo do drink e o Di Angelo, feito no Stuzzi por Lelo Forti que faz questão de seu preparo na frente do cliente.

Para você, quais os grandes vantagens de utilizar Preshh ao invés de outros modelos de gaseificação de bebidas?

Custo, agilidade e qualidade.
Nosso custo por litro gaseificado pode chegar a 50 centavos, dependendo do volume e do que está sendo carbonatados. Como somos um formato de locação e não de venda, para valer a pena deve-se ter um volume mínimo de vendas para que o valor da locação seja diluído.
Podemos gaseificar 500ml de bebida em uma garrafa em apenas alguns segundo. Sabendo que o cliente fica com diversas garrafas, em menos de 1 minutos conseguimos produzir mais de litro. Fora a possibilidade de termos nossa soda pronta para finalização de drink ou serviço imediato como uma água com gás, pura e simples.
Quanto a qualidade, podemos em nosso processo determinar quanto de gás queremos no drink que está sendo preparado. Podemos deixar levemente gaseificado ou efervescente na boca. O bartender tem o controle da gaseificação!

Como entender a rentabilidade do método Preshh em comparação aos outros?

No mercado existem alguns, mas vou comparar com os mais conhecidos que são o SodaStream, sifão com cápsulas de Co2 e garrafas de água com gás.
No SodaStream o gás custa aproximados 100 reais e produz 60 litros de bebidas, ou seja, o litro sai a mais de R$ 1,60. Ainda assim, o fabricante não recomenda que seja colocado nada diferente de água para que seja carbonatados, o que é totalmente compreensível quando sabemos que não é possível a higienização de partes em contato com a bebida.
O outro processo são as cápsulas que são as mesmas utilizadas no Twist nSparkle e nas garrafas sifonadas. Cada cápsula custa na casa de 3 reais e pode-se fazer aproximados 800 ml. O custo por litro com gás é ainda maior que o anterior.
Finalmente, a água com gás que hoje pagamos na casa de 80 centavos por 500 ml, aproximadamente, quase o mesmo que o Soda Stream.
Isso tendo um olhar somente nos valores. Quando vamos para experimentação, não há como comparar a qualidade da carbonatação entregue pelo Preshh de forma controlada, sem que o custo e processo seja sacrificado.
Também, com nosso sistema não temos desperdício de qualquer tipo de bebida por falta de gás e finalmente a velocidade de entrega, processo esse que é o melhor existente para este fim.

Na sua opinião pessoal, qual é a melhor aplicação de Preshh?

O produto é muito versátil e fica assim difícil de se responder esta pergunta.
Mas eu arriscaria dizer que é na água. Drinks maravilhosos são preparados com o Preshh como PNG do Nosso (foto ao lado), o Caju e o Açaí do Sub, o Di Angelo do Stuzzi e diversos outros. Mas me impressionou muito a aplicação do Preshh para preparo de água com gás.

Em alguns restaurantes que estamos, é oferecida para venda uma jarra de água com gás ao preço de R$ 7, sendo este refil. Qual outro produto poderia ter uma maior margem de lucro numa casa? Outro exemplo, é numa cafeteria que atendemos que consumia em média 5 fardos de água com gás 510ml por dia, que era entregue em formato de shot de água junto com o cafezinho.

A economia foi mais de 70%, traduzidas em mais de 1000 reais por mês, sem contar no armazenamento, trabalho e qualidade.

Isso sem dizer da economia de espaço, refrigeração, e descarte inadequado de garrafas pet diariamente.

Hoje o modelo de negócio da Preshh só permite alugar o sistema, mas não comprar. Por quê?

A primeira razão por escolher este formato seria pelo controle das garrafas pet que entregamos para utilização.
Não queríamos andar na contramão do planeta. Enquanto há um esforço para retirar garrafas do planeta, não queríamos colocar mais. Depois, pela certeza de que o equipamento está com suas manutenções em dia. Por fim, capacitar nossos clientes constantemente a como prosperar usando nosso sistema.
Mais do que gaseificar bebidas, entregamos conhecimento, treinamento e possibilidades de inovação.
Nos preocupamos com a saúde do planeta e segurança de nossos clientes. Queremos que nossos clientes possam lucrar com nosso sistema e não medimos esforços para isso. Por isso alugamos e não vendemos.

Como imaginam atender toda essa demanda que o Brasil pode oferecer?

Operação própria e franquia.
Já estamos no Rio e São Paulo e iniciamos Goiânia e Brasília, que começa a pegar tração.
Para o restante do Brasil, nas cidades que não estamos presentes, analisaremos caso a caso, até a chegada do nosso modelo de franquia que deverá sair mais para o fim do ano.

Conheça os drinques gaseificados que bares incríveis estão vendendo hoje 

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