Altruísmo, ou a arte de servir bem para o bem de outros
“Pense no consumidor não em termos de alguém que vai comprar seu produto, mas alguém que deseja que o mundo seja um lugar bom para viver. O que você está fazendo para mostrar a ele que se importa?” profetizava Philip Kotler, em mais um dos seus ensinamentos.Nunca me esqueço do meu ex-chefe Mário, o ex-proprietário do histórico Finnegans Pub dizendo: “Paulinho, se a fila estiver grande dê um chopp a cada um que está esperando” “Paulinho, vai lá na porta e ofereça um chopp para as pessoas que estiverem passando”. Mário como sempre, um expert na maestria de atender o cliente. E ele gostava de nos testar. Gostava de ver se estávamos atentos. Ligava a torneira da chopeira e deixa vazar para ver qual a nossa reação. “Algum de vocês percebeu o vazamento?” Um certo dia, depois de beber um pouco mais que o normal, Mário, acabou quebrando sua taça e derrubando sua garrafa de um caríssimo vinho no balção do bar, um Rioja Alta Gran Reserva 904.
Todos os funcionários em volta prontamente tentaram salvar a garrafa. Um funcionário somente, magrinho, novato, pegou no braço do Mário e perguntou: “Você está bem? se cortou…” E nosso chefe disse a todos: “Isto sim é a atitude que quero que vocês tenham frente aos clientes. Só ele ficou preocupado com a pessoa, enquanto todos vocês ficaram preocupados com o produto.”
Transforme o ambiente ao seu redor. Mude sua atitude. Seja diferente. Se o cliente “bater”, respire e não revide. Sim, sim, sei o quanto é difícil. Mas apenas respire. Para trabalhar nesse mundão de bares e restaurantes é preciso ter estrutura para lidar com pessoas. Você tem que amar lidar com pessoas. Você tem amar pessoas. Ame a vida.*Voltando ao herói dos tempos modernos, aquele amigo que citei no texto Hospitalidade, em um curto espaço de tempo em que convivemos e nos cruzamos, ele não titubeou nem um momento em se desfazer de um grande acervo de livros, muitos destes raros, e de todos seus objetos de coquetelaria (fiquei chocado pois tinha coqueteleiras fantásticas) num passe de mágica para nos mostrar que o objeto, o produto não é mais importante que o ser humano que vai usufruí-los. “15 anos garimpando peças pelos quatro cantos do mundo. Viagem sempre significou visitar a rua dos antiquários e dos sebos. O desejo de proteger a história da coquetelaria em cada negociação de compra.
E porquê me desfazer disso tudo agora? pra ver a vida andar. pra compartilhar. pra desaguar.” Então, meus queridos, valorize a vida. Valorize cada segundo. Valorize a troca que você faz no balcão aprendendo ou ensinando seu cliente. Aja. Abra um grande sorriso e comece tudo de novo. Mas agora aja de forma espetacular.. Que bom nos encontrarmos novamente para batermos um papo nesta coluna e tenham um ótimo dia.
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