Negroni, um clássico centenário que carrega mitos e lendas na sua história
Quem nunca bebeu um Negroni em um balcão não conhece a magia dos bares por completo.
O onipresente Negroni se transformou nos últimos anos em um ícone da coquetelaria que carrega um mar de mistérios por trás da sua história. Agora, muitas são as perguntas rondam o queridinho dos bartenders.
Quando o drinque foi de fato consumido pela primeira vez? Qual bar ou bartender foi responsável por concebê-lo de fato? Teria ele sido uma homenagem à uma grande figura da época ou é mais uma das lendas que permeiam o clássico italiano? Por fim, ele realmente teria sido criado na Itália?
A verdade é que todo drinque importante mesmo carrega inúmeras histórias, lendas e mitos sobre a sua criação, pois por onde ele passa, deixa marcas na sociedade que o consumia.
Orson Welles, cineasta americano, disse na década de 40, que bitter é excelente para o fígado e o gim é ruim para a vida. Então, um balanceia o outro.
Um dos maiores nomes da coquetelaria que tem investigado o Negroni foi Gary Regan, personalidade respeitada e que já nos concedeu uma entrevista exclusiva aqui publicou recentemente The Negroni: Drinking to La Dolce Vita, * que traça a bebida de volta à Florença em 1919.Leia a entrevista com Gary Regan, autor do livro Negroni
Aqui, vamos te ajudar a entender um pouco melhor o que faz do Negroni o grande drinque da coquetelaria nos últimos anos. Acompanhe abaixo.
Como já é costume na história dos coquetéis clássicos, mitos e lendas se misturam com a realidade para formar uma história mais que intrigante e não seria diferente com o Negroni. Agora, se você perguntar para a maioria dos bartenders do mundo, a resposta é categórica e curta:
“O Negroni veio do Americano e o Americano, do Milano-Torino.”
Mas a resposta pode ser mais complexa do que isso.
De acordo com a história mais disseminada por todo o mundo, o coquetel nasceu em 1919, na cidade italiana de Florença, quando o barman italiano Fosco Scarselli do Casoni Bar, respondeu à demanda de um cliente por uma bebida mais forte do que o Americano, coquetel mais doce que combina Campari, vermute tinto e água gaseificada.
O cliente era o icônico conde Camillo Negroni, e sabe-se lá em que circunstâncias de homenagem ou apropriação cedeu seu nome à mistura, que em pouco tempo passou a ser chamada de “o drinque do conde Negroni” e logo então “o drinque Negroni”.
Acontece que de acordo com o Coronel Hector Negroni, nunca houve tal Conde Camillo Negroni na árvore genealógica da família e que dessa forma, teria sido o General Pascal Oliver o tal Conde.
Esta afirmação ganhou força nos últimos anos, o que nos leva a uma nova hipótese, cada vez mais difundida nos bares do mundo inteiro.
Teria sido o Negroni consumido pela primeira vez no Senegal?
E não é que parece que sim?
Cartas da família que sustentam essa história mostram que o General Pascal Oliver deve ter preparado pela primeira vez a mistura durante o período em que foi colocado como Comandante da Base na colônia francesa de Saint Louis, no Senegal, na África Ocidental (1855-1865).
Dessa forma, o General teria oferecido aos integrantes do Lunéville Officers Club um “coquetel à base de vermute” o que se acredita ser a verdadeira fonte do Negroni. Como diz a carta de Pascal para seu irmão Roche :
“Por acaso, você sabia que o coquetel à base de vermute que eu inventei em Saint Louis é um grande sucesso no clube de oficiais de Lunéville?”
Como poderia um drinque criado 100 anos atrás se manter intacto à criatividade de bartenders e clientes e todos os cantos do planeta? Sem chance.
Não seria diferente com o Negroni, que carrega em sua história uma das linhas do tempo da coquetelaria mais ricas de todas.
Entenda abaixo um pouco mais como esse drinque se desenvolveu e deixou filhos durantes as décadas que se passaram.
Se o Negroni já é um clássico estabelecido, que tal experimentar algumas das suas variações? Neste post, ensinamos você a preparar 8 Variações de Negroni que qualquer bar pode te servir.
Milano-Torino: Campari e vermute tinto
Americano: Campari, vermute tinto e água gaseificada
Sbagliato: Campari, vermute tinto e prosecco
Boulevardier: Bourbon, Campari e vermute tinto
White Negroni: Gin, Lillet e Suze
Kingston: Rum jamaicano, Campari e vermute tinto
Cardinale: Gin, Campari e vermute seco
Old Pal: Rye, Campari e vermute seco
Bijou: Gin, Chartreuse verde e vermute tinto
Contessa: Gin, Aperol, vermute seco.
Uma das receitas mais emblemáticas da coquetelaria, o Negroni é feito de partes iguais de Campari, vermute tinto e gin. Para muitos, uma fatia de laranja, para outros apenas a sua casca.
Em alguns casos, montado direto no copo com gelo, em outros mexido em um mixing glass para melhor diluir e gelar. O que não muda, em hipótese alguma é que as 3 partes são iguais e pronto.
Assista o vídeo abaixo para entender melhor.
A Negroni Week está de volta celebrando os 100 anos do Negroni, um dos coquetéis mais populares do mundo. A sétima edição global do evento, promovido por Campari, acontece entre os dias 24 e 30 de junho, movimentando bares e restaurantes de todo o mundo para celebrar o coquetel vermelho – a mistura perfeita de Campari, gin e vermute.
Saiba tudo sobre o Negroni Week 2019 aqui
Campari é um clássico contemporâneo e carismático. A receita secreta, que se manteve inalterada, originou-se em Novara em 1860 e é a base de alguns dos mais famosos coquetéis do mundo. Campari é uma bebida alcoólica obtida da infusão de ervas amargas, plantas aromáticas e frutas em álcool e água.
Com a sua cor vermelha vibrante, aroma intenso e sabor inspirador, Campari sempre foi um símbolo de intriga e prazer, que se desenrola em uma experiência cativante de beber. Estes são os valores que tornaram a marca Campari famosa em todo o mundo como um ícone de estilo.
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