Rafael Welbert e Gabriel Salvini conquistam o 1883 Drink Designer Contest 2023 com o Pindorama

Rafael Welbert e Gabriel Salvini, time de pesquisa e desenvolvimento de drinks e gastronomia do histórico Mocotó Restaurante, da zona norte paulista, se uniram para formar o Dalipa, língua Baniwa significa “juntos” ou “união”.

A dupla vencedora recebeu, além do título de campeã da competição, uma viagem à França, em março de 2024 com direito à  passagem aérea, hospedagem e alimentação, visita aos Alpes franceses e estação de esqui, um Curso de Drink Designer em Chambery, França e o valor de dois mil euros para curtir a viagem.

A dupla venceu a competição que teve como finalistas  Adriana Pino e Manu Paimm (SP) com a Tropicália, Nico Conrado e Darto (SP) com o Copo Meio Vazio e Max Galvão e Gabriel Farini(SE) com a Embolada.O corpo de jurados formado por Tony Harion, Nany Montiel, Rodolfo Bob, Vitoria Kurihara e Marco De la Roche apreciaram todas as apresentações e entregaram suas notas para anúncio do embaixador da marca, Marcello Gaya.

“Acreditamos que através da gastronomia líquida e sólida podemos ser um porta voz de centenas de pessoas, e de toda uma cadeira produtiva, para alcançar cada canto do nosso país e do mundo, sendo cada vez menos exclusivos e mais inclusivos.” afirma Rafael.

A jornada sensorial da dupla foi intitulada Pindorama, nome que os tupis deram ao Brasil e se apresentou em forma de menu degustação, através de sabores, tradições, culturas e técnicas do nosso Brasil.

“O nosso objetivo é mostrar a vocês e ao mundo, a nossa pesquisa de uma maneira diferente, descontraída e provocativa.” conclui Gabriel.

Essa jornada trouxe três tempos, com diferentes comes e bebes, a Caatinga, a Amazônia e o Cerrado.

Caatinga
“O início da viagem começa pela Caatinga, o coração do sertão nordestino; não existe um sertanejo que não ame a sua terra! Como dizia Luciano Suasuna; onde a terra é mais seca as raízes são mais profundas.” introduz Rafael.

Inspirados nisso, a dupla trouxe o Jique, a árvore de umbu que em suas raízes tem batatas, que armazenam litros e litros de água, que a ajuda a sobreviver nos períodos de seca.

“A harmonização trouze uma soda de umbu com hortelã clarificado com agar- agar, inspirado no sabor do maxixe, muito consumido pelo sertanejo, utilizamos o xarope da 1883 de pepino para fazer um cordial.” explica Rafael.

“E como entrada, pensamos em homenagear a trilogia nordestina, macaxeira, bode e palma; mil folhas de macaxeira, carne curada de bode e conserva de palma. Pensamos em fazer uma brincadeira com o bode e o umbuzeiro, que juntos complementam o cenário da Caatinga.” conclui Gabriel.

Amazônia
Cauim era uma bebida dos rituais indígenas, onde eles encontravam ligações fortes com o mundo espiritual.

“Chegamos na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, berço do povo Tupi e criadores do Cauim, bebida fermentada feito a partir da mandioca produzida pelas mulheres indígenas.”
explica Rafael.

“Quando um cacique ou guerreiro que não morria em batalha (para eles era uma honra morrer em batalha) e morria de velhice, ele era enterrado em grandes vasos, que eram usados para produzir o Cauim, para que ele fosse devorado pelos deuses canibais e no céu se tornar imortal.”

Pensando nisso, a dupla criou o Jaguaranho, um dos maiores símbolos da luta indígena contra os colonizadores.

“Lembrando que naquela época, os indígenas não tinham influências europeias, sendo um espírito puro! Por isso, escolhemos usar vodka para valorizar essas duas bebidas ricas em história, tradição e sabores, como 1883 Limão Siciliano e do Cauim, que gaseificamos.

Como guarnição, usaram a capuchinha, que faz  alusão as grandes vitórias régias, que enfeitam e encantam os rios amazônicos; a formiga saúva, para representar o povo indígena com sua força , senso de comunidade e organização.
A dupla se baseou em dois pilares para apresentar esse prato principal; ingrediente e técnica, utilizando a mandioca, peixe e moquém; moquem é uma técnica, criada pelos indígenas, para defumar alimentos na brasa, como fizeram e serviram com a mandioca e o pirarucu, que é  o “rei” da Amazônia.

Cerrado
Do Cerrado nasce o Pérola do Cerrado, que é um tipo de maracujá do cerrado, que ajuda muito na economia das comunidades locais, por isso, a dupla usou o 1883 Maracujá e o famoso arroz com pequi. Trouxeram também para o coquetel, em formato de creme, tiquira e abacaxi.

“O maracujá, representa a paixão que nos une por nossa profissão, ingredientes e a cultura brasileira, como a paixão que tem o povo do Cerrado por sua terra.” explica Gabriel.

Para completar a harmonização, escolheram servir uma sobremesa que homenageasse um dos pratos icônicos do Cerrado, a pamonha. Assim fizeram em formato de picolé, mergulhado no chocolate e castanha de baru (oleaginosa símbolo do Cerrado).

“A brincadeira que a gente quis fazer, foi um homenagem não só, aos pratos, mas a história, a flora do Cerrado e também, a fauna. Quando morderem o picolé irão ver as cores da onça pintada (símbolo da região) estampadas nele, o amarelo da pamonha e o marrom do chocolate.” explica Rafael.

A apresentação, marcante e rica em signos brasileiros, foi acompanhada por músicos que trouxeram sons e ritmos da floresta, o que trouxe ainda mais profundidade à experiência do Pindorama. Parabéns aos finalistas pelo ótimo trabalho apresentado e aos vencedores pela entrega e qualidade.

Sobre a Maison Routin

Desde 2012, a Flavors importa com exclusividade os Xaropes 1883, expandindo a tradição de mais de um século dessa marca francesa. A 1883 Maison Routin se destaca pela produção de xaropes cuidadosamente elaborados para garantir uma experiência sensorial única e surpreendente.

Com qualidade premium e uma ampla variedade de sabores autênticos – mais de 60 disponíveis no Brasil -, a 1883 é a escolha preferida de bartenders e amantes de drinks em todo o mundo, tendo se tornado sinônimo de excelência e sofisticação.

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