Interior paulista vira palco dos melhores flair bartender da América do Sul em um espetáculo da coquetelaria

O flair bartending, arte de manipular garrafas, coqueteleiras e utensílios de bar em performances cheias de técnica e carisma, já conquistou palcos e bares pelo mundo todo. Agora, é a vez do interior de São Paulo entrar no circuito com o 1º Analândia Flair Bartending Competition, realizado durante o evento Cachaça SP em Analândia.

A proposta do campeonato vai muito além de entreter: busca valorizar uma vertente histórica da coquetelaria que conecta precisão técnica com impacto visual. No flair, cada movimento é calculado – da forma como a garrafa gira no ar até o tempo de preparo do drink. É espetáculo, mas também é drink servido na taça.

O que é flair bartending?

Flair vem do inglês e significa “talento” ou “dom”. No balcão, traduz-se na capacidade de transformar o preparo de um drink em show emocionante. Existem duas modalidades principais: o Exhibition flair, com performances coreografadas em campeonatos e eventos, e o Working flair, mais presente no dia a dia dos bares, com truques rápidos e discretos que impressionam clientes enquanto o bartender serve o coquetel.

Analândia no mapa do Flair Brasileiro

A cidade de Analândia, conhecida pelo turismo ecológico e pela hospitalidade, se torna palco de algo inédito: reunir bartenders de diferentes países da América do Sul e regiões do Brasil em uma competição de flair durante um dos mais importantes encontros de cachaça do país. O resultado é uma fusão entre a cultura da coquetelaria, a tradição da cachaça e a energia contagiante do espetáculo.

Segundo a organização, a escolha do evento não foi por acaso. O Cachaça SP já na sua primeira edição atraiu aproximadamente 3 mil pessoas entre bartenders, produtores, jornalistas e apreciadores da cultura de bar. Criar um campeonato de flair nesse contexto amplia as possibilidades de experiência para o público afirma Milton Lima, idealizador do evento.

A competição

O 1º Analândia Flair Bartending Competition contou 16 participantes do Brasil, Argentina, Peru, Colombia, Chile e Paraguai que precisaram demonstrar não apenas criatividade e ousadia nos movimentos, mas também técnica na preparação de drinks.

Um dos pontos de destaque foi a obrigatoriedade de usar ingredientes nacionais, com obrigatoriedade do uso da cachaça no flair, reforçando a conexão do flair com a identidade brasileira. As cachaças presentes no evento foram Alma de Gato, Barra Grande, Cachaça Serra do Itaqueri, Canarinho,  Alzira, Dose Caipira, Engenho São Luiz, Ituana, JP, Mandaguahy, Margô, Nhá Dita, Pavão, Santo Grau, Sapucaia, Sozé e Toca da Coruja.

A cada rodada, os competidores tinham tempo limitado para apresentar sua rotina – incluindo música, estilo próprio e, claro, o preparo de coquetéis avaliados por júri técnico, composto por Jean Ponce, Felipe Jannuzzi, Bruno Videira, Marco De la Roche e os jurados técnicos Bob Flair e Diogo Feijão.

Foram analisados quesitos como: Dificuldade e complexidade dos movimentos; Criatividade na apresentação;
Equilíbrio entre show e execução do drink;  Aroma e sabor do coquetel e Hospitalidade.

Por que importa?

De acordo com Bob Flair, bartender multicampeão na categoria e um dos jurados técnicos: “Trazer um campeonato de flair para o interior paulista é também democratizar a coquetelaria. Muitos bartenders brasileiros têm contato com o flair apenas por vídeos na internet, mas poucos tiveram chance de vivenciar uma competição ao vivo.”

“Além disso, o campeonato ajuda a reposicionar o flair dentro do cenário da mixologia nacional: não apenas como entretenimento, mas como disciplina que exige treino diário, concentração e domínio técnico.” conclui Diogo Feijão, juiz técnico e flair bartender premiado e experiente.

Conheça os campeões

Os 16 participantes concorreram com uma cachaça paulista participante do evento, e os seis primeiros finalistas foram:

1º lugar – Seba Alderite – Argentina – Cachaça Sapucaia Real
2º lugar – Ivan Morales – Argentina – Cachaça Dose Caipira
3º lugar – Sebastian Pires – Juiz de Fora/MG – Cachaça Sôzé
4º lugar – Felipe Bueno – São José dos Campos/SP – Cachaça Engenho São Luiz
5º lugar – Nes Garrido – Argentina – Cachaça Casamaro
6º lugar – Robert Temple – Peru – Cachaça Nhá Dita

O futuro do flair no Brasil

O 1º Analândia Flair Bartending Competition inaugura um espaço que pode se tornar referência nacional. Se depender da energia dos competidores e da receptividade do público, esta é apenas a primeira de muitas edições.

Em um momento em que a coquetelaria brasileira busca se consolidar no cenário internacional, iniciativas como essa são fundamentais para mostrar a pluralidade da profissão. Do clássico ao moderno, do bar intimista ao espetáculo de flair, tudo faz parte de um mesmo universo: o de encantar pessoas com experiências líquidas e memoráveis.

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