Você sabe diferenciar um bourbon whiskey de um rye whiskey? Desmistifique suas dúvidas e aprenda as regras aqui.
No Brasil, o whiskey continua a crescer em popularidade e força ao longo dos anos, multiplicando-se nas prateleiras dos bares, empórios e adegas e parece que isso não vai mudar tão cedo.
Isso é bom para o consumidor, que pode conhecer outros estilos e qualidades e apreciar este rico destilado.
Isso é bom para o bartender, que pode se aprofundar na coquetelaria clássica original, e desenvolver um trabalho ainda mais completo.
Como resultado, o rye whiskey voltou da quase extinção para se tornar um dos estilos de whisky mais procurados em bares de alta coquetelaria, já que alguns coquetéis clássicos indispensáveis, como o Manhattan e o Vieux Carré, dão preferência aos rye (centeio) do que ao bourbon (milho).
Como você já pode entender em nossa série Desmistificando Bourbon, a grande diferença entre um bourbon e um rye whiskey é a composição do seu mosto.
O primeiro precisa usar mais de 51% de milho em sua composição, enquanto o segundo precisa de pelo menos 51% de centeio em sua composição.
E aí está a grande diferença sensorial! Por um lado, o milho traz dulçor ao bourbon, enquanto o centeio, da imagem acima, traz ao rye notas picantes e de especiarias.
Abaixo, você será capaz de entender todas as principais diferenças entre esses dois estilos de whiskey.
Regras para a produção de Bourbon
– Deve ser fabricado dentro dos Estados Unidos. 95% dos bourbon são produzidos no estado de Kentucky, mas isso não é uma lei.
– Deve ter pelo menos 51% de milho.
– Precisa envelhecer em barris de carvalho novos.
– Ao entrar no barril para envelhecimento, não pode exceder 62,5% de álcool.
– Quando engarrafado, deve ter pelo menos 40% de álcool.
– Deve ter envelhecimento mínimo de 2 anos.
O Brasil tem uma dúzia de marcas de bourbon hoje, entre elas, uma das melhores relações custo-benefício para o bartender é o Wild Turkey Original. Este é um autêntico bourbon whiskey, com sabor expressivo e notas doces de baunilha, pera e outras especiarias.
Um whiskey feito do clássico mosto rico em centeio e envelhecido mais do que qualquer outro bourbon por meio de barrís profundamente carbonizados.
É esta produção cuidadosamente feita por Eddie Russell, filho do lendário Jimmie Russel, que o torna incrível e perfeito para ser tomado puro ou em um coquetel.
Para este destilado, carro-chefe de Wild Turkey, Eddie Russel combina 75% de milho, 13% de centeio e 12% de cevada.
Para o master distiller: “Wild Turkey é conhecida por um sabor marcante. Isso se dá a baixa graduação durante a destilação e a alta graduação no engarrafamento. A maioria dos bourbon tem 50% de água adicionada para obter graduações alcoólicas mais baixas.”
“Envelhecemos mais tempo para deixar o barril transmitir muito do sabor. A maioria dos outros bourbons tem 4 anos de envelhecimento e temos de 6 a 13 anos. Muito caramelo e baunilha, com um marcante sabor picante no meio.”Eddie Russell
rye whiskey
Regras para a produção de Rye Whiskey
Muitas das regras de produção são semelhantes às do bourbon, mas fique atento aos detalhes:
– Deve possuir ao menos 51% de centeio e o restante pode ser outros grãos.
– Precisa envelhecer em barris de carvalho novos.
– Os mesmos limites superiores para destilação se aplicam ao bourbon, não excedendo 80% de álcool.
– As mesmas regras para a entrada nos barris também se aplicam, não superior a 62,5% de álcool.
– Para ser considerado rye whiskey, ele não precisa ser produzido exclusivamente nos Estados Unidos, tendo o Canadá como um grande produtos também. A diferença é que no Canadá ele pode ser a mistura de centeio com outros grãos em várias proporções, além de aceitar a adição de corantes e saborizantes, o que cria uma enorme diferença entre os produtos.
No Brasil, o rye whiskey com melhor custo benefício e estoque constante é o Wild Turkey Rye, distribuído pela Campari do Brasil.
Wild Turkey Rye tem 51% de centeio e alto teor alcoólico. De acordo com o site especializado em whiskey O Cão Engarrafado, “é, atualmente, a melhor opção disponível oficialmente no Brasil para toda aquela infinidade de misturas que demandam um whiskey de centeio. Não só porque ele é o único. Mas porque ele é bem bom.”
É um whiskey menos adocicado que o bourbon e equilibra harmoniosamente notas de baunilha e especiarias, que se expandem sem alterar o forte sabor do centeio. Uma homenagem ao primeiro destilado americano: o whiskey de centeio.
A combinação do mosto, também conhecida como mashbill é de 51% centeio, 37% de milho e 12% de cevada.
Este whiskey passa por aproximadamente cinco anos de maturação em barricas virgens tostadas de carvalho americano. Por conta da característica de torra profunda e clima quente do Kentucky, o resultado destes anos é extremamente potente e agradável.
“O Centeio de Wild Turkey começa com um leve dulçor e então os sabores do centeio aparecem. O Centeio dá aquela nota de pimenta-do-reino preta que deixa um belo final picante.” Eddie Russel
Nessa série convidamos o master distiller de Wild Turkey, Eddie Russell, um dos nomes mais importantes da produção de bourbon em todos os tempos, para assinar junto ao Mixology News uma coletânea de artigos para que você saiba tudo e mais um pouco sobre o destilado mais americano de todos.
Você pode encontrar aqui todos os posts e desmistificar a história do bourbon também.
O nome da marca surgiu após um executivo de Austin Nichols, na época um representante da destilaria, levar uma amostra de whiskey a uma caçada de perus selvagens (wild turkey, em inglês) com amigos. O bourbon provou-se tão popular junto aos amigos, os quais sempre pediam “aquele bourbon do peru selvagem”, que começou a ser engarrafado sob o nome Wild Turkey Bourbon Whiskey no ano de 1942.
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