Com crescimento de 536,9%, cerveja sem álcool explode no Brasil — e não é moda passageira, diz Anuário 2025

O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) acaba de lançar o Anuário da Cerveja 2025, com dados referentes a 2024, e o documento confirma: o Brasil segue como potência cervejeira, apesar de um cenário cada vez mais competitivo.

O país encerrou 2024 com 1.949 cervejarias registradas, um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior. São Paulo lidera com 427 estabelecimentos, seguido de perto por Santa Catarina, que registrou o maior aumento absoluto: +25 novas cervejarias. A produção cervejeira está presente em 790 municípios — o equivalente a 14,2% do território nacional —, sendo São Paulo a cidade com mais fábricas (66). Em termos de densidade, o Rio Grande do Sul mantém a ponta, com uma cervejaria para cada 32 mil habitantes.

No campo dos produtos, o Brasil registrou 43.176 cervejas em 2024, uma queda inédita de 5,4% no total. A concentração geográfica impressiona: Sul e Sudeste abrigam 92,4% de todos os registros. São Paulo também lidera em volume, com mais de 12,8 mil rótulos, mas perdeu 851 registros no ano.

O comércio exterior teve um desempenho histórico. As exportações de cerveja cresceram 43,4% em volume, alcançando 332,5 milhões de litros e US$ 204,2 milhões em faturamento. O Paraguai segue como principal destino, comprando 66,5% de toda a cerveja exportada. As importações, após cinco anos de queda, registraram leve alta de 5,1% no volume, com a Alemanha respondendo por 42,5% do total importado. O saldo: um superávit recorde de quase US$ 200 milhões na balança comercial do setor.

O documento completo está disponível gratuitamente no site do MAPA.

O emprego também mostrou resiliência. O segmento de cerveja fechou 2024 com cerca de 42 mil empregos diretos, um aumento de 1,2% em relação a 2023. Sul e Sudeste concentram a maior parte dos postos, com destaque para Santa Catarina (+9,3%).

Na produção, o Brasil declarou 15,34 bilhões de litros — praticamente estável frente a 2023. A região Sudeste respondeu por 55% desse total, seguida pelo Nordeste (21,4%) e Sul (15,3%). Um dado revelador mostra a alta concentração do setor: apenas 1% das cervejarias produzem quase 50% de toda a cerveja nacional.

Os estilos preferidos do brasileiro continuam sendo as Lager Leve Clara (58,3% da produção), seguidas de Pilsener (32,4%) e Outras Lagers (8,5%). Mas há movimentos interessantes no consumo: a produção de cerveja sem álcool cresceu 536,9%, chegando a representar 4,9% do volume nacional. Cervejas sem glúten, com café, maturadas em madeira ou com mel também tiveram altas expressivas.

O anuário ainda destaca o papel da Câmara Setorial da Cerveja, fórum que reúne governo, indústria, produtores e consumidores para debater políticas públicas, sustentabilidade e inovação.

Mais do que um levantamento estatístico, o Anuário da Cerveja 2025 é um termômetro do mercado e uma ferramenta estratégica para quem vive, produz, vende ou pesquisa cerveja no Brasil. Ele revela tendências, oportunidades e desafios de um setor que movimenta bilhões, emprega milhares e traduz em números a paixão do brasileiro pela bebida.

O documento completo está disponível gratuitamente no site do MAPA.

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