Conheça aqui quais são as tendências que os bartenders brasileiros estão apostando para 2018
Com o fim de ano, todos nós ficamos nos perguntando qual será a próxima tendência dos bares:
“Será que o ano que vem trará mais do mesmo?” “Veremos uma grande revolução nos bares do país?”
Para isso convidamos diversos especialistas dos bares de todo o Brasil para contar para você o que deve ou não mudar na coquetelaria em 2018. Acompanhe abaixo.
ALEX MESQUITA, embaixador global da Cachaça Leblon
Alex Mesquita, experiente bartender que teve sua última e vitoriosa passagem pelo Paris Bar é atualmente embaixador global da Cachaça Leblon.
“O rum é o irmão da cachaça, uma bebida de fácil mistura, de fácil assimilação no Brasil e que não carrega o preconceito que nós ainda temos no país pela cachaça. O rum tem se mostrado em crescimento nos bares de alta coquetelaria do mundo. Drinques com rum são reconhecidos pelo consumidor popular, tanto em formato quanto em sabor, e por isso o Daiquiri é minha aposta.” afirma Mesquita.
Alex ainda cita o interesse crescente pelos botânicos existentes no Brasil, principalmente na Mata Atlântica e finaliza desejando que os bartenders revitalizem receitas clássicas em formatos pop-up, projetos curtos de um drinque.
CAIO BONNEAU, do JunduBar, em Ubatuba e colunista da sessão Da Mata Atlântica
Caio, que trabalha no litoral paulista com público turista em sua grande maioria, aposta na sustentabilidade:
“Eu acredito que a maior tendência uma coquetelaria mais consciente, onde os bartenders vão pensar sobre o desperdício que o bar produz e que poderia também virar lucro. Um grande exemplo é o uso desnecessário de canudos em coquetéis. O cliente começará a ser reeducado e convidado a participar dessa transformação.” explica Bonneau.
DAVID BARREIRO, embaixador brasileiro da Cachaça Yaguara
Para David, existem hoje dois grupos de apreciadores de coquetéis no Brasil. Um, já consumidor de drinques, que desejam melhorar ainda mais a experiência de consumo e outro que está descobrindo esse mercado agora.
“Os que já consomem vão buscar cada vez mais drinques elaborados, com ingredientes que proporcionem uma experiência mais rica sensorialmente. Em contrapartida, vejo esses bares buscando técnicas usadas na cozinha para melhorar e agregar sabores e complexidade aos coquetéis.” afirma David.
“Já os que estão iniciando vão procurar bares mais descompromissados e descontraídos, com boas opções mais leves e refrescantes. O Gim-Tônica continua sendo o carro-chefe da coquetelaria popular de qualidade, reinando absoluto não só nestes bares mas também em festas particulares.” conclui.
DIEGO RITA, sócio e chefe de bar do Santo Trago, em Florianópolis
Diego Rita acredita que “viveremos a democratização da coquetelaria”.
“A popularização da coquetelaria chegou a um ponto que não será mais preciso ir a um cocktail bar bar tomar um bom coquetel. Cafeterias, barbearias, hamburguerias, espetinhos e outros locais poderão servir bons drinques, que podem ser simples, de fácil execução, mas que atendam bem ao público.” afirma Rita.
Outro ponto que Diego vê surgindo é um interesse do cliente em ousar mais na escolha dos coquetéis. Ingredientes desconhecidos, harmonizações inusitadas estão fazendo parte dos pedidos com cada vez mais frequência.
MATHEUS CUNHA, embaixador de marcas Casa Flora
“Coquetéis menos alcoólicos, dando a possibilidade dos clientes experimentarem muito mais coquetéis de um bar sem ficar tão alterados e tendo uma experiência um pouco mais longa, podendo consumir mais.” explica o bartender, que acredita no Vermute Tônica como um grande parceiro no reino do Gim-Tônica.
“Coquetéis clássicos vão crescer, pois as pessoas estão ainda descobrindo a Coquetelaria Clássica. Vai dar um equilíbrio interessante entre a modernidade da coquetelaria e o clássico que já existia.” categoriza Cunha
JOÃO MORANDI,mixologista da Pernod Ricard no Nordeste
A evolução do paladar do cliente e do bartender é a grande mudança para 2018 na visão de Morandi.
“As pessoas pessoas estão se abrindo mais para provar coisas diferentes, o que cria uma complexidade sensorial mais interessante. Vemos aí as tônicas, que apesar de doces, tem sua função amarga, a gastronomia trazendo novas propostas de sabor.” afirma Morandi.
“Há um caminho para diminuir a doçura excessiva nos coquetéis, com sabores mais clean, menos saturadas e diminuir também os clichês de sabor como as frutas vermelhas, clichês de apresentação, ou seja, as pessoas estão dispostas à sair da normalidade e se propor novas experiências. E estão gostando!”. conclui o mixologista.
MARCELO SERRANO, mixologista do grupo CGC e da Monin
Marcelo Serrano, teve carreira consolidada nos bares Myny e Brasserie des Arts e principalmente com a introdução do Moscow Mule na versão espuma de gengibre.
“A indústria está trazendo cada vez mais novidades através de lançamentos nacionais e importação de produtos conhecidos internacionalmente. Novas marcas de gim, diferentes marcas de tônica, além do esperado crescimento da cerveja artesanal e das marcas de cachaça que continuam investindo em qualidade e divulgação ajudarão ao bartender à tomar melhores decisões na escolha do produto e ao cliente consumir diferentes histórias.” afirma Serrano.
TONY HARION, embaixador de marcas da Bacardi Brasil
Tony Harion acredita na pulverização da coquetelaria para além dos núcleos tradicionais:
“A coquetelaria ganhar um novo rumo em termos de precificação e começar a se tornar um pouco mais acessível às pessoas que não fazem parte do núcleo da coquetelaria, mas querem consumir um drinque. Começaremos a ver coquetéis muito bons, bem pensados, bem elaborados, aparecendo em bares inusitados e à preços mais módicos.” afirma Tony.
PAULO CORGHIS, bartender e colunista da sessão Hospitalidade
Paulo Corghis começou este ano no Camden Pub, teve uma passagem pelo Empório Sagarana, um dos templos da cachaça em São Paulo e pode aprender muito sobre o destilado nacional.
Por isso, afirma que principalmente, veremos uma crescente procura por Coquetéis com personalidade feitos com cachaça, como por exemplo o Macunaíma.
Corghis também afirma que é vê interesse do cliente em consumir drinques com menor graduação alcoólica, mas com personalidade forte, os conhecidos “low-alcohol-drinks”.
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