No Dia Mundial do Chocolate, descubra como a coquetelaria tem reinventado o uso desse ingrediente místico e delicioso nos bares
No domingo, dia 07 de Julho, é comemorado o Dia Mundial do Chocolate. Apesar do surgimento de datas como essa serem um pouco incertas a história que mais se conta é que foi a data que marcou sua chegada na Europa, lá no século XV.
Nós, do Mixology News, resolvemos abrir um pouco mais esse leque e apresentar não só maneiras de usar o chocolate na coquetelaria, mas também como usar o fruto de origem: o cacau.
Uma boa maneira de celebrar a data e o final de semana que chega, né?
Um breve passeio pela história do Cacau
Antes de se transformar nessa barra deliciosa que conhecemos, o cacau foi considerado fruto sagrado nas Américas. Alguns estudos apontam que surgiu há mais de 5 mil anos, nas proximidades do Rio Amazonas.
Até mesmo seu nome científico e botânico sugere uma importância especial – Theobroma cacao; que significa “comida dos deuses”. Na forma de um tônico amargo, os Astecas acreditavam que traria força e coragem aos que o consumissem. Numa mistura de cacau e milho triturados, aromatizados com pimenta, baunilha e canela, davam o nome à bebida de xocatl.
Já os Maias, além de se deleitar com a bebida, também usavam como artigo de troca, algo como uma moeda da época. Foram os espanhóis que deram o nome de chocolate à bebida – derivada de cacahualt (água de cacau).
Como o chocolate é feito
Feito com o fruto do cacau fermentado, seco e torrado os grãos são separados da casca e quebrados em pequenos pedaços – os famosos nibs de cacau. Esses nibs são então moídos e transformados em uma espécie de “massa de cacau”, que é prensada para extrair o que chamamos de manteiga de cacau.
Por sinal, o chocolate branco que conhecemos é feito da mistura de manteiga de cacau com o leite. Já as barras de chocolate escuro são feitas geralmente da combinação da massa do cacau e da manteiga. Para chegar ao tão famoso chocolate ao leite, adivinha, acrescente o leite. Agora, vamos ao que nos interessa.
Antes do chocolate, tem o mel do cacau
Royal Charlotte é o primeiro licor de “mel de cacau” com infusão de especiarias do mundo. A bebida tem conquistado prêmios internacionais de produto e de design.
Sua fórmula com 15,2% de graduação alcoólica tem como principal matéria-prima um mel de cacau certificado como orgânico e biodinâmico. Já as especiarias secretas passam por infusão por sessenta dias.
Além disso, seu rótulo conta uma história fascinante, revelando os motivos por trás do nome, do cacau e da inspiração baiana que o envolve.
O tipo de produto que a gente gosta de ver, brasileiro, genuíno, rico em sabor e lindo demais. Fica nossa dica.
Negroni Elena harmoniza drink com chocolate
O clássico italiano, criado em Florença em 1919, recebeu inúmeras variações, releituras pelas décadas e bares por onde passou, tem a assinatura de Alex Mesquita, para o Elena Horto,
O drink de Alex combina os ótimos gin Martin Miller’s, Campari, vermute Antica Formula e um tablete fino de chocolate meio amargo.
A harmonização de um drink doce e amargo com o chocolate (também doce e amargo), causa um equilíbrio de sabores, um complemento perfeito para os fâs do Negroni.
O Elena Horto fica na Rua Pacheco Leão, 758 – Jardim Botânico, RJ
O drink do Gafanhoto leva chocolate branco e menta
Drinks verdes nem sempre são bem vindos. Verdes e cremosos, mais ainda. Como pode o Grasshopper ter se tornado um drink centenário, clássico e parte da lista da International Bartender Association?
Pouco depois da virada do século passado, a família Guichet comprou o restaurante Tujague’s, em Nova Orleans, dos fundadores Guillaume e Marie Tujague.
Philibert Guichet inventou a bebida que ficaria conhecida como Grasshopper, para uma competição de coquetéis em 1918 na cidade de Nova York.
A receita combina licor de cacau branco, licor de menta e creme de leite fresco.
O coquetel de Guichet garantiu o segundo lugar e se tornou tão popular em Nova Orleans, que manteve um lugar permanente no menu de coquetéis do Tujague desde então.
Ouro Latino é também ouro baiano
Ouro Latino é a receita de Rodolfo Bob, vencedora do Patron Perfectionists 2019 que leva tequila e cacau como ingredientes principais. O cacau, em forma de bitters – a base de nibs de cacau. De sabor intenso e tostado com aroma de especiarias.
“Escolhi falar do cacau como essa riqueza da Am. Latina por envolver variedades e complexidade de sabores aromáticos que podem ir além do chocolate. A proposta de trazer ele em pó traz notas tânicas e terrosas mais altas.” explica Bob.
O bitter de Cacau artesanal é produzido a base de Nibs − cacau torrado −, tem sabor intenso, aromas de especiarias e cacau tostado. Já o pó de Ouro Latino
é feito a partir de um mix de cacau, pimentas e flor de sal fixado com Patrón XO Café. Tem sabor adstringente, um toque cremoso, notas de pimentas secas, cacau e café.
Para aprender a receita, clique aqui
Bitters de Chocolate
Tempero especial para a coquetelaria, um bitter é uma bebida não-potável (ou seja, não tome um shot dela) e um composto altamente alcoólico obtido da maceração/infusão de especiarias. É um agente complementar e modificador para um coquetel.
No Brasil temos duas marcas de bitter de chocolate disponíveis no mercado, Angostura Cocoa Bitter e San Basile Bitter nº3.
A primeira, Angostura, internacionalmente conhecida é produzida em Trinidad & Tobago, ilha caribenha e produtora de todo o cacau que é utilizado na produção do ótimo Angostura Cocoa Bitters.
Já a San Basile é uma destilaria sólida nacional, produzida no interior de SP e atualmente com dezenas de produtos no mercado. Com 45% de graduação alcoólica, seu bitter nº3, combina Cacau, Café e Uísque, e carrega fortes notas de defumação, caramelo e tabaco.
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