#liveloveleblon é o clima da esperada Visita à Destilaria Maison Leblon
Poucas marcas nacionais são tão conectadas à comunidade de bartender do Brasil quanto a Cachaça Leblon.
Pioneira na valorização da cachaça de alambique em todo o mundo, a marca passou por ciclos de crescimentos que foi facilmente notada por quem esteve atento às transformações do mercado de bebidas alcoólicas e na comunidade de coquetelaria.
Desde o seu nascimento, a Cachaça Leblon é produzida no coração de Minas Gerais, na cidade de Patos de Minas, a mais importante da região do Alto Paranaíba. É de lá, que toda a cana-de-açúcar usada para produção deste destilado de alambique foi plantada e colhida.
Em 2016 a Bacardí Limited , maior companhia privada de destilados, que já era então a maior acionista da Cachaça Leblon, havia adquirido integralmente as cotas, tornando-se única detentora da empresa. Foi nesse momento que a Bacardi criou uma área exclusivamente para marcas recém adquiridas.
Passado quase um ano desta transição, nós fomos convidados a participar de um evento anual da marca, conhecido como Visita à DML (Destilaria Maison Leblon), que convida os principais nomes da coquetelaria brasileira, além de uma vez por ano, bartenders globais, para conhecer todo o processo produtivo da Leblon. Literalmente da Cana-de-Açúcar à Cachaça de Alambique. Ou melhor, do solo, à cana, ao caldo, ao fermentado, ao destilado, ao barril de carvalho francês, ao engarrafamento e enfim, aos drinques. Entenda um pouco mais sobre essa viagem aqui.
#PartiuDestilaria Um belo caminho até Patos de Minas
Para essa viagem, foram convidados aproximadamente 30 bartenders das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, que cruzaram 800 km nas rodovias do Brasil para chegar na Destilaria Maison Leblon.
Entre os convidados, estavam jovens e competentes bartenders além de nomes experientes como Jéssica Sanchez, José Ronaldo, Laercio Zulu, Lelo Forti e Matheus Cunha entre outros.
Ao chegar pela manhã, fomos recebidos por uma bela mesa de café da manhã mineiro, com direito à pão de queijo, broa e claro, um drinque matinal!
Depois de descansar na piscina por algumas horas, os bartenders tiveram um grande bate papo com sr. José Otávio Lopes, atual presidente da Anpaq, Rosana Romano, diretora cultural da ABCA – Academia Brasileira da Cachaça de Alambique e fundadora da Convida – Confraria Mulheres da Cachaça e Dácio Arvelos, produtor artesanal da região de Patos de Minas.
Por fim, Alex Mesquita, mixologista global de Leblon apresentou aos bartenders as novidades e parte da experiência que pode colher visitando o evento Tales of the Cocktail, em Nova Orleans, EUA.
De acordo com Alex, sua ida foi muito importante para entender como a Cachaça Leblon conseguiu o feito inédito de ser a cachaça mais consumida em todo os EUA, vendendo mais até do que cachaças industriais. “Poder acompanhar o Tales of the Cocktail e os mercados de Miami e Nova Iorque principalmente me ajudaram a compreender as diferentes características das regiões e como a marca tem se posicionado.” conclui o mixologista. Essa é a forma como a Cachaça Leblon encontrou para apresentar aos convidados a complexidade do terroir mineiro, desde a comida típica, os produtores locais e o clima sereno do interior do Brasil.
Canavial da Leblon
A Cachaça Leblon planta e colhe 100% da sua cana-de-açúcar
Seguimos para a tão esperada Visita ao Canavial, onde o diretor da DML, Carlos Oliveira explicou todas as etapas do plantio da cana-de-açúcar. Perguntas sobre como o solo é tratado, como as estações e o período de chuvas favorecem a concentração de açúcares no canavial e a diferença entre os tipos de cana-de-açúcar utilizado foram respondidas com clareza pelo diretor da DML.
Ao final, Carlos apresentou o time de cortadores de cana aos bartenders e eles puderam experimentar como é cortar cana com as ferramentas dos próprios cortadores. Tony Harion, embaixador de marcas da Bacardi, vê o processo de crescimento da Leblon com grande otimismo: “Algumas coisas realmente mudaram e só foram possíveis com o novo investimento que a Bacardi nos permite fazer.
Por exemplo, a destilaria está mais dinâmica e organizada para atender a produção, os controles de qualidade melhoraram com a aquisição de novos equipamentos e a DML recebeu mais barrís novos de carvalho francês.” Tony ainda conclui que “o carinho e a dedicação em fazer uma cachaça autêntica de alambique se mantem intactos”.Todos os convidados puderam conhecer como é feito o corte manual, tão importante para uma boa cachaça de alambique e provar o caldo de cana fresco moído diretamente da cana-de-açúcar cortado.
Destilaria Maison Leblon
Como se produz cachaça de alambique, da moagem ao engarrafamento
O segundo e último dia da Visita à Destilaria Maison Leblon foi especialmente repleto de troca de conhecimento e aprendizado. Carlos Oliveira iniciou o dia com uma grande resumo do processo de produção de uma cachaça de alambique e logo na sequência os bartenders seguiram para conhecer a etapa da moagem da cana-de-açúcar fresca.
De lá, o caldo segue para um processo de filtragem, que purifica e mantém o líquido sem resíduos. Então chega a hora da fermentação, onde o caldo de cana recebe a adição de leveduras que transformarão o açúcar presente em álcool.
Após as leveduras estabilizarem e não apresentarem mais atividade, chega a hora de levar este “vinho da cana” para os alambiques de cobre. É lá que a cachaça surge.
Após aquecidos nos alambiques, é possível dividir o álcool em três estágios: Cabeça, Coração e Cauda. Apenas o Coração da Cachaça é utilizado para a produção da Cachaça Leblon, visto que tanto a Cabeça quanto a Cauda possuem alcoóis de menor qualidade, não sendo aproveitado para cachaça, e sim para outras atividades da destilaria, como automóveis e energia.
A última etapa é o envelhecimento e assemblage. A Cachaça Leblon usa desde sempre barrís de carvalho francês da região de Limousin, França. Muitos deles já foram utilizados por anos na produção do cognac francês e agora agrega aroma e sabor à cachaça mineira.
Após descansar por 6 meses no carvalho francês, a Cachaça Leblon é engarrafada. Já a Signature Merlet é envelhecida por no mínimo 2 anos em barrís de carvalho francês menores. O terceiro produto da empresa é o licor de açaí Cedilla, que utiliza como base alcoólica a própria Cachaça Leblon.Carlos Oliveira, diretor da DML aponta quais são as grandes mudanças nessa transição dos últimos dois anos: “A Cachaça Leblon se mantém reafirmando os conceitos e protocolos da cachaça de alambique no Brasil, baseada no corte de cana crua, sem o uso de queimada, produção de um caldo de cana sem uso de recursos químicos, acidulantes ou antibióticos.
Reafirmamos o nosso compromisso em produzir cachaça destilado somente do coração do álcool.” conclui Carlos. Porém, se diz satisfeito com os avanços que a empresa conseguiu fazer com os investimentos recebidos. “Estamos em processo avançado para a certificação internacional Bonsucro, baseada em Londres, que verifica nos processos de produção as melhores práticas trabalhistas, legais, sanitária e de bem-estar do trabalhador, além de aspectos ambientais de redução de impactos no ambiente”.
Carlos ainda afirma que foi possível adquirir equipamentos sofisticados como uma caldeira mais eficiente e mais ecológica além de um upgrade nos equipamentos de laboratório que permitem monitorar uma melhor análise e qualidade final.
Turismo Etílico
Reconhecer a Cachaça como um agente de transformação do Turismo Local
Conhecer a Destilaria Maison Leblon é um oportunidade única para bartenders e amantes da cachaça.
Raras são as destilarias de bebidas no Brasil abertas à visitação, concentrando a sua produção na cachaça industrial, que é um modelo cultural e turístico bem distante do esperado.
A Destilaria se manter aberta para a visitação ao público passante na BR-365 é mais uma prova de pioneirismo da Leblon e um passo importante para avançarmos o consumo de bebidas alcoólicas para setores como o turismo.
Quem sabe, com iniciativas como essa, nós teremos um dia um país que se orgulha da cachaça como o México com sua tequila, a Escócia com o whisky e a França com seus vinhos. Viva a Cachaça! .
fotos cedidas por Fabrizio Toniolo/FlashBang
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