Drinque de Halloween – Aprenda o que fazer e o que não fazer nessa data
Halloween, também conhecido como Dia das Bruxas, é uma data típica comemorada em vários países do hemisfério norte, principalmente nos Estados Unidos da América e que teve origem e data incerta, com base nos antigos povos anglo-saxões.
A festa acontece sempre no dia 31 de outubro, que é a data de início do verão para os antigos povos celtas e curiosamente, a data do Dia de Todos os Santos da Igreja Católica. A data marca o fim do verão e início do ano-novo celta, quando eles festejam a última colheita do ano, início do armazenamento de alimentos para o inverno e revisão das suas leis.
O próprio nome, refere-se às “Hallowinas”, guardiãs do “saber oculto das terras do norte”. Outra possibilidade é que seja um encurtamento do nome “All Hallows’ Even” (Noite de Todos os Santos).
Todos os anos, é só chegar a semana do Halloween e começa a aparecer um monte de “drinque do terror”.
A data, por sí só já é um pouco cafona, então não tem problema em participar de toda essa cafonice, mas nessa matéria a gente te dá algumas dicas incríveis que podem fazer do seu Drinque de Halloween um sucesso sem cometer gafes históricas.
TEXTURAS NOJENTAS
Plástico não foi feito para coquetel
Não se esqueça que um coquetel é antes de tudo um alimento. Adereços plastificados, feitos industrialmente em larga escala, simplificando a mensagem que você não conseguiu passar fazendo uma guarnição artesanal com elementos nutritivos não é uma boa escolha. Mostra o quão infantil é o conceito do seu coquetel.
ressalva: elementos plásticos como parte de um cenário montado para a foto, para transmitir uma mensagem é diferente. Elementos externos ao copo podem sim coexistir.
Nada de aranhas peludas dentro do copo de alguém. Se você quiser fazer um cenário para foto, ou uma pequena instalação, maquete, para servir o drink, tudo figurativo, tá tudo bem.
Mas certifique-se que o drinque que a pessoa receberá em mãos, será bebível e prazeroso.
Olhos de plástico dentro do drinque. Por favor, nem pensar!
“- Ah, mas usar uma azeitona com carinha de capeta é legal.”.
– Mas é horrível!
” – Ah, uma lichia com uma rodela de azeitona e uma cereja é igualzinho.”
– Mas é nojento e ninguém vai comer!!
Os drinks essencialmente precisam gerar uma vontade de consumo, e, para além das questões de vigilância sanitária, risco à saúde (engasgo) mostra o quão sem imaginação você está!
Giletes, Seringas e elementos metálicos? Esqueça!
Já deu pra perceber que drinque é coisa séria, não é trabalho da quinta série ou de tiktoker desavisado né?
Além das questões de vigilância sanitária, novamente, você está entrando num campo muito arricado, que mexe com as emoções das pessoas de um jeito particular.
Tente encontrar as respostas de conexão com o tema em alimentos.
Por fim, você não quer que no meio da operação, descobrir que a noite se transformou em um filme de terror de fato. Não coloque o seu cliente em risco, e acredite, lá no sexto drinque, sempre tem um cliente pra se machucar com a guarnição.
Nem pense em gelo seco no drink!
Usar gelo seco em bebidas é intimidante e preocupante para algumas pessoas. Os riscos de utilizar gelo seco de forma incorreta existem, porém alguns bartenders seguem obcecados em fazer essa perigosa fumaça. Por ser tão frio, ele pode queimar o seu esôfago, além de congelar o seu estômago ou perfurá-lo.
É verdade, a fumaça fica parecendo aquele típico nevoeiro de cemitério do filme de terror. Mas uma taça martini não merece isso não é?
Usar o gelo seco fooora do drink é o caminho, sirva um copinho ao lado com gelo seco e uma bebida aromatizada e experimente esse contexto com melhor maior segurança.
Basicamente, não troque escolhas de aroma e sabor do seu coquetel por conta da estética.
A gente sabe que tudo o que você quer é encantar o cliente com a sua criação certo?
Mas não dá pra maltratar o seu cliente com combinações horríveis só porque tem cara de olhinho.
Dá uma olhada nessa ideia abaixo, onde um bartender resolveu misturar uma lichia, um pedaço de azeitona e um tomate seco, morango apenas para parecer um “olhinho”. Quem quer comer isso no coquetel??
Sempre escolha uma história coerente
Nem tudo que jorra sangue é Halloween. A festa é sobre mortos, e não sobre mortes.
Mas a festa é também sobre vários outros elementos que podem ser aproveitados como abóboras, fantasmas, bruxas, gatos pretos, doces ou travessuras e velas.
Também não é o momento de “nacionalizar a coisa” e tentar trazer o Sací e o Boitatá para a cena. Essas são memórias culturais brasileiras, o que nada tem a ver com o Halloween.
Seja coerente, e deixa a múmia, o Jack Estripador e o Vampiro para outro dia, ok??
Dito tudo isso, fica a pergunta: Mas então, o que dá pra fazer de legal?
Muita coisa! Primeiro, lembre-se que um drinque é um alimento, então deve ser, antes de tudo, algo que pareça com alguma coisa que você gostaria de consumir. Isso já elimina boa chance de cometer uma série de atrocidades estéticas.
Use sim elementos que remetam à data, como lua cheia, abóboras, bruxas, fantasmas, velas entre outros.
Pesquise as tradições dessa festa e colha referências com outros bares pelo mundo inteiro sobre o que já foi criado. Por exemplo, faça um drinque dentro de uma mini abóbora, limpa e servida como copo, ou faça um ponche direto na abóbora grande, para dividir com todos, como na foto abaixo.Use espessantes alimentares como gelatina, colágeno, agar a agar, goma xantana, goma arábica em líquidos vermelhos como xaropes para ter o impacto de sangue.
(de quebra ainda tente encontrar um mexedor divertidinho, com um fantasminha…só não coloque numa taça martini pelo amor das bruxas!)
Olhinhos de morto? Apenas se forem naturais (da fruta!).
Já falamos sobre o que não fazer com os olhinos né? Sem olhos de plástico e sem olhos de combinações duvidosas.
Uma sugestão é preparar uma lichia média, colocando uma jabuticaba pequena ou um blueberry dentro e finalize com um pouco de groselha espessado com glucose. Um toque simples, natural e dá um efeito que remete aos olhos.
Use e abuse de copos comemorativos.
Esse é bem mais simples Você pode usar copos no formato de caveiras ou com detalhes rococó. Pode usar também um copo de cerâmica, que lembre algo sombrio.
Outra ideia é usar algum detalhe que transforme uma taça de vinho branco no formato de uma abóbora.
As vezes é melhor ser simples, sutil e infantil, do que rebuscado, complexo e infeliz. Busque a simplicidade e principalmente, o sabor.
Para terminar essa sessão de sugestões, porque não usar uma lâmina de gelo artesanal, ou ainda usando isomalte (técnica mais complexa) no formato de uma guilhotina, para lembrar as tantas mortes no período medieval?
É só colocar uma framboesa fresca e suculenta e amassá-la no gelo, fazendo escorrer seu próprio sangue.
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