Entrevista exclusiva com o bartender Ronnaporn Kanivichaporn, o campeão global do Bacardí Legacy 2018/2019
Convidamos Ronnaporn Kanivichaporn, campeão mundial do Bacardí Legacy 2018/2019, para um bate-papo exclusivo no Mixology News, especialmente para você, bartender que está se preparando para participar do Legacy deste ano.
O premiado bartender está a frente do Backstage Cocktail Bar, em Bangkok, Tailandia. O bar, por sinal, está em 20º lugar na lista dos melhores bares da Ásia.
E não se esqueça! A data limite para se inscrever no Bacardí Legacy é dia 10 de setembro de 2019 às 23:59.
Entrevista Exclusiva
Qual impacto vencer o Bacardí Legacy teve em sua carreira até agora? O que mudou nos últimos meses?
É impressionante como eu fiquei conhecido pelos bartenders ao redor do mundo todo. Cada região tem seus bartenders mais conhecidos e experientes (Ásia, Europa, USA, etc.) e as pessoas se conhecem bem dentro das comunidades em cada região. Hoje em dia as pessoas, desde bartenders iniciantes até os mais renomados profissionais do mundo todo, me reconhecem; e quando me veem e me transmitem uma energia incrível. Isso é muito legal!
Qual conselho você daria para bartenders que estão considerando participar do Bacardí Legacy?
O Bacardí Legacy te coloca muito próximo de outras pessoas, te faz se aproximar de outros bartenders, fazer amigos para sempre.
Em um dado momento você precisa promover o seu coquetel e você pode ter que ir a lugares novos que você não conhecia antes, ou onde não conhecia as pessoas, mas no final, somos todos bartenders e falamos a mesma língua. Isso é incrível. Você faz novos amigos e ganhando ou perdendo as pessoas vão te apoiar e vão te reconhecer.
Além do mais, depois disso tudo você tem o seu coquetel, que agora é um novo clássico e que as pessoas podem fazer em qualquer lugar do mundo. Esse é o verdadeiro legado.
Quando você vence o Bacardí Legacy, o prêmio principal é bem aberto e você depende muito de escolhas do campeão. Quais seus planos para este próximo ano como vencedor do Bacardí Legacy global?
Eu amo viajar e conhecer o mundo. Antes do Legacy eu sempre viajei frequentemente.
Eu acredito que cada país e cada lugar tem muito para te ensinar e eu gosto bastante de explorar o mundo. Então, eu gostaria de viajar o máximo possível para conhecer amigos novos e fazer novas conexões. Eu topo ir para qualquer lugar que a Bacardí quiser me convidar, pois sempre há algo novo a se descobrir.
Em algum momento, eu também gostaria de abrir meu próprio bar e espero ter o suporte e apoio de todos estes amigos que estou conhecendo graças ao Bacardí Legacy.
O Pink Me Up não é um drinque difícil de fazer, mas ao mesmo tempo é bem disruptivo ou diríamos até arriscado. Quando você percebeu que sua receita e o coquetel estavam prontos para o Bacardí Legacy?
Na realidade, eu criei a receita inicial que deu a origem ao Pink Me Up 3 anos atrás, mas ele não era exatamente assim. Eu havia acabado de participar de outra grande competição e guardei essa receita, pois não achava que ela estava totalmente completa ainda. Havia algum elemento ou sabor que faltava no coquetel.
Quando eu decidi que participaria do Bacardí Legacy, comecei a fazer mais pesquisas, mais testes e experiências com a receita. Experimentei com muitos e muitos sabores. Fiz vários testes com molho sriracha, mas ele não caia bem por ser muito picante para algumas pessoas e o sabor do alho é bem intenso.
Um belo dia, um amigo casualmente me recomendou testar a salmoura de azeitona. Com apenas um teste, WOW! Eu encontrei a peça que faltava no quebra-cabeças. E assim foi…
Para você, qual foi a parte mais fácil e a parte mais difícil do Bacardí Legacy?
Eu acredito que cada um pode ter uma percepção diferente quanto às partes mais fáceis e mais difíceis.
Para mim, a parte mais difícil veio antes da final global em Amsterdam. Durante a campanha do coquetel eu quase desisti algumas vezes. É bem desafiador acordar um dia após o outro e continuar inovando sobre como mostrar o meu coquetel, o Pink Me Up para o mundo. No final o esforço valeu a pena, pois o resultado me deixou muitíssimo feliz. Vale muito a pena todo o esforço! É uma jornada de aprendizado e conhecimento intensa.
A parte mais fácil foi quando eu cheguei em Amsterdam para participar da competição global. Tudo já está lá te esperando. Como eu já havia treinado muito, eu estava bem pronto para esta etapa. Foi só chegar lá, curtir o momento e compartilhar o meu legado.
Como foi sua experiência durante a semana da final global em Amsterdam? Quais novas oportunidades e experiências você tirou dela?
Esta não foi minha primeira final global de um campeonato. E sim, como se espera, uma final como a do Bacardí Legacy chega com um pouco de pressão, excitação e nervosismo, mas a experiência realmente importante é conhecer novas pessoas, rever conhecidos do mundo todo, conhecer muitas culturas diferentes e entender que lá estamos falando a mesma língua. A língua dos coquetéis, a língua dos bartenders. Isso faz com que as pessoas se aproximem muito. Nós não olhamos uns para os outros como competidores, nos vemos como novos grandes amigos.
O que eu mais quero depois de uma semana como esta é poder receber estes novos amigos no meu bar e no meu país… Ao mesmo tempo, sinto que muitos deles ficariam felizes em me receber também. Me sinto bem-vindo em muitos lugares do mundo agora. Certamente esse é um dos pontos principais desta final global para mim.
Agora com o título de vencedor global do Bacardí Legacy nas mãos, você sente uma responsabilidade ainda maior em estabelecer o Pink Me Up na cena global de coquetelaria?
Eu diria que não é exatamente uma responsabilidade que eu sinto em estabelecer o Pink Me Up na cena global. Quando um coquetel seu tem a possibilidade de se tornar um clássico moderno, isso não tem que vir de você, tem que vir das outras pessoas. Meu papel é deixar as outras pessoas conhecerem, degustarem e apreciarem o coquetel.
O que eu gostaria de fazer é ter a oportunidade de compartilhar ainda mais minha ideia, meu conceito e meus sonhos sobre o drinque. Apenas deixar as pessoas apreciarem um bom drinque. Se as pessoas gostarem, ótimo! É isso!
Isso é o que eu quero fazer com todas estas viagens.
Qual foi o lugar mais exótico que você viu as pessoas servindo o Pink me Up até agora?
Eu vejo o Pink Me Up sendo servido principalmente em bares e muitos treinamentos. Isso acabou virando até algo bem comum.
É uma honra poder ver o drinque sendo tão apreciado e fico super feliz de ver ele sendo servido em várias ocasiões. Fico muito contente em ver as pessoas bebendo o drinque e gostando.
Muita gente me manda mensagens, me marcam no Instagram, fazem muitos stories. É impressionante quantas pessoas dizem que estão gostando do coquetel. Isso me deixa muito realizado!
… Mas se eu pudesse escolher, eu gostaria de ver o Pink Me Up sendo servido no momento do brunch ou em piqueniques durante o dia… sendo apreciado durante a tarde, do pôr do sol até o início da noite. Isso seria ótimo.
Ou melhor… quem sabe em uma horta ou jardim, com tomates e manjericão colhidos à mão, tudo fresquinho. Feito na hora! Seria o momento perfeito!
Agora, que tal aprender a preparar o Pink Me Up e tirar suas próprias conclusões?
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Pink Me Up
60 ml Bacardí Carta Blanca
3 a 4 pedaços de tomate fresco
5 a 7 folhas de manjericão
15 ml orgeat syrup
30 ml suco de limão
1 colher bailarina de salmoura de azeitona
Em uma coqueteleira coloque o tomate, limão e orgeat e amasse bem. Acrescente Bacardí Carta Blanca, salmoura de azeitona e o manjericão levemente amassado com as mãos. Coloque cubos de gelo e bata vigorosamente. Faça coagem dupla para uma taça coupé previamente gelada e finalize com uma azeitona verde e uma folha de manjericão.
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