Gary Regan. Nunca ouviu falar?! Então pare tudo e volte ao início. Você não aprendeu certo.
Gary Regan é bartender, escritor de livros, jornais, blogs e sites sobre mixologia, é juiz de campeonatos como World Class Diageo, palestra sobre o mundo dos bares em países como Russia, EUA, Suíça, Reino Unido, Austrália, Áustria, Alemanha, China, República Checa, Nova Zelândia, Namíbia, Eslováquia,Moçambique e África do Sul.
Gaz, como gosta de ser chamado, participa do programa Bar Smarts da Pernod Ricard nos EUA, e no projeto global Drinkology, que oferece ajuda e suporte para uma série de empresas no mundo.
Gary tem fôlego de menino. Viveu mais da coquetelaria do que eu e você juntos e está disposto a dividir isso enquanto houver quem queira aprender. Gary Regan é ponto de referência.
Em 2019, a coquetelaria perdeu esse exemploo, mestre e aprendiz. Rip “Gaz” Regan.
Qual a sua definição do que é a mixologia e onde ela está baseada?
Eu tenho uma definição simples para o tema que pode ser encontrado em The Joy of Mixology, (livro escrito por Gary Regan). Eu gosto de dividir os drinques em famílias para que assim as pessoas possam entender características e estilos de cada coquetel em comum. Por exemplo, desta forma, uma Margarita (Tequila, Cointreau e suco de limão) está na mesma família que o Sidecar (Brandy, Cointreau e suco de limão)
A mixologia pode ser encarada como um momento específico na história da coquetelaria ou é um movimento que veio para ficar?
Acredito que a mixologia é para sempre. Podemos entender que ela teve início à quase 200 anos e sem dúvida continuará a evoluir nos próximos anos.
Quem você acha que é o mixologista mais importante e admirável no mundo. Porque?
Nos Estados Unidos nas últimas décadas tem sido Dale DeGroff que fez o que não se fazia há muito tempo, trouxe de volta o uso constante dos sucos e frutas frescas, a criação de coquetéis elevando os padrões de qualidade.
Como definir, na sua opinião, os termos adequados como mixologista, mixólogo, barman, bartender e flair bartender?
Mixologista desenvolve a arte e habilidade de misturar sabores com, o bartender é quem se foca nas pessoas e o flair bartender é aquele que mistura driques enquanto dá um show performático.
Você acredita que estamos passando pelo “boom da mixologia” e estamos próximos do seu auge?
Não, acredito que a onda da mixologia vai continuar a crescer por muito tempo ainda.
Após o auge do flairstyle dos anos 90, o atual momento minimalista e o retorno dos martinis, o que esperar dos próximos anos dentro do universo dos bares.
Não consigo imaginar! Apenas o tempo irá dizer. E com certeza será bem interessante.
Para você, quais a maior diferença entre a Escola Americana de Coquetelaria e a Escola Européia de Coquetelaria?
Eu acredito que os estilos variam muito mais de bartender para bartender do que de países para países.
Qual a sua impressão sobre a mixologia brasileira? Nossos métodos, produtos e estilo?
Infelizmente eu ainda não vi muito da mixologia brasileira para poder comentar. É uma pena, mas em julho estarei no Brasil para conferir! (Gary Regan vem ao Brasil para julgar o World Class da Diageo, que será realizado no Rio de Janeiro).
*entrevista realizada em 2012.
Como e quando você começou a se interessar pela Mixologia?
Em 1973, quando eu me mudei da Inglaterra para os Estados Unidos.
Qual e a sua primeira memória sobre coquetéis?
Sem dúvida quando eu tomei um Gim Gimlet quando eu tinha 12 anos apenas!
Qual é a sua bebida preferida atualmente?
Manhattans e Negronis são meus coquetéis favoritos. Já whiskey americano e gin estilo london dry são meus destilados preferidos.
Qual coquetel ultrapassa o tempo e continua sendo especial?
Com certeza, a Margarita (Tequila, Cointreau e suco de limão)
Descreva uma de suas receitas exclusivas. Qual o seu nome e o que ele representa.
Rude Boy aka Mink Coat and No Manners
Criado para Don Julio Tequila em um evento da competição de bartenders World Class em Londres em 2009.
Rude Boy é o nome original para este drinque, mas um departamento da Diageo não gostou do nome, então eu mudei para The Spiv.
Eles não gostaram novamente. Então escolheram o Mink Coat and No Manners. Espero que ele você possa beber algum dia desses.
45 ml (1.5 oz) Don Julio Tequila Blanco
15 ml (1/2 oz) Chartreuse Verde
Um punhado de pimenta caiena
Em um mixing glass com gelo mexa Don Julio com Chartreuse e passe para uma taça de vinho tipo sherry copita. Polvilhe um pouco de pimenta caiena por cima do drinque. Esse drinque representa divertimento para mim, que é exatamente para isso que estou trabalhando.
Você tem algum professor dos bares e o que ele lhe ensinou?
Meu mentou sempre foi um home inglês chamado Dave Ridingsque faleceu em 2000. Ele me ensinou que cuidar dos clientes é muito mais importante do que misturar grandes drinques.
Qual é o seu bar favorito atualmente e porque?
É o Bay Horse em Thornton, Lacashire, Inglaterra. Meus pais costumavam frequentá-lo e meus amigos ainda vão para lá, então sempre que estou na Inglaterra, é para lá que eu vou.
Qual é o coquetel do futuro? Não faço a mínima ideia, mas muitas pessoas vem utilizando cada vez mais e mais mezcal, então vamos acompanhar o que acontece nessa categoria.
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