Acompanhe uma entrevista exclusiva com o bartender Ernesto Nica, campeão do Bacardí Legacy 2017-2018 

O campeonato Bacardí Legacy que chega em sua 11º edição é conhecido por permitir que bartenders deixem seu legado na coquetelaria através de uma receita inusitada, porém acessível à base de rum Bacardí.

No Brasil, Ernesto Nica Elizondo, que é nicaraguense, conquistou a etapa nacional e foi disputar com os 34 melhores bartenders do mundo o prêmio global.

Nica escolheu contar a história dos imigrantes para criar a sua receita. Imigrante como ele, como Facundo Bacardí e como tantos outros que se aventuraram em outros países para prosperar.

Sua receita de assinatura, El Imigrante, leva Bacardí Superior, Martini Bitter, Martini Rosso, limão siciliano e xarope de açúcar além de um ramo de manjericão como guarnição.

Entrevistamos o atual campeão nacional para entender quais são os desafios e os prazeres de ter participado de uma competição tão importante como o Bacardí Legacy.

Saiba aqui como participar do Bacardí Legacy 2018-2019 


O Bacardí Legacy é uma competição intensa e com várias etapas. Quais você julga que foram seus maiores aprendizados que te ajudarão no futuro da sua carreira?

Aprendí muito como me relacionar melhor com todos os setores da cadeia, desde clientes, marcas e parceiros mas principalmente o contato que eu tive com os bartenders internacionais me proporcionou um aprendizado enorme, com a troca de conhecimento, receitas, ingredientes e técnicas que foram apresentadas durante a competição global e se mantém ainda hoje nos meus contatos.


Como todo o período da competição te ajudou a evoluir pessoal e profissionalmente?

Ter paciência com as coisas, pois tudo tem a sua hora. O Bacardí Legacy é uma maratona, não é uma corrida de 100 metros, por isso é preciso ter paciência e estratégia.

Cada um dos 12 guest bartenders que eu fiz durante todo o processo me enriqueceram demais. Foram dezenas de bartenders novos que eu pude conhecer, balcões diferentes, ingredientes típicos de cada casa e uma troca de conhecimento enorme.


Qual foi o momento mais delicado ou difícil da competição?

Como é um campeonato de longo prazo, muitas coisas podem acontecer no meio do caminho. Por exemplo, a casa que você trabalha pode ter imprevistos na equipe e precisar de você mais naquele momento, porém, você também está focado na etapa final do campeonato.

Então, novamente, é preciso ter calma, paciência e acreditar que é um momento único e o esforço é valido.


A final global do Bacardí Legacy mistura momento de descontração, aprendizagem e superação. Quais foram os pontos altos desta experiência para você?

Como a semana da competição no México foi muito intensa, tão cheia de atividades enriquecedoras, o desafio é se manter focado no propósito da viagem, que era a minha participação na final.

Mas não pude deixar de aproveitar muito com a visita à fábrica Bacardí, além das palestras que tivemos com nomes de peso como Henrique Comas, Ran Van Ongevalle, Carina Soto Velasquez e Alex Kratena.


Sobre a criação do El Imigrante, quais os aspectos da receita do coquetel que mais contribuíram para o sucesso do drinque?

O grande desafio é conseguir criar uma receita inusitada e deliciosa com apenas seis ingredientes que devem ser comuns e cotidianos. O próximo passo é construir uma história interessante e coerente para justificar o conceito do coquetel.

No meu caso, após pesquisar toda a história da família Bacardí, de Cuba e da imigração no Brasil, escolhi contar uma historia que me permitiu explorar as bases da cultura da coquetelaria italiana e cubana.

As bases cubanas tradicionais que são, rum limão e açúcar e as bases italianas tradicionais que são bitter italiano e vermute tinto juntos em um coquetel, o que me garantia que todos os bares do mundo poderiam servir o El Imigrante, já que Daiquiri e Negroni são servidos em qualquer bar.


Para você, o que faz um Bacardí Legacy ser um competição diferente dos diversos campeonato de coquetelaria que estão por ai?

O Bacardí Legacy é um campeonato muito completo, pede que o competidor tenha habilidades diversas além de fazer um bom coquetel. É preciso administrar seu tempo, ser criativo, usar todas as suas ferramentas de comunicação disponíveis e ultrapassar barreiras que irão surgir inesperadamente.

Outra coisa que me emocionou foi a hospitalidade da família Bacardí no México, algo inesquecível. Recebemos um tratamento muito fraternal, de um carinho enorme em todos os instantes que estivemos no México. É algo que me faz acreditar que não é apenas uma competição, mas um encontro de apaixonados pela coquetelaria.


Quais conselhos você daria a alguém que está desenvolvendo seu coquetel para o Bacardí Legacy deste ano?

Traga um tema que tenha uma profundidade, que seja mais abrangente e que tenha relevância. Senão você corre o risco de ter um conceito fraco e não conseguir emplacar bons resultados.

Pense no custo do seu coquetel, pois esse é um dos pontos mais importantes que eu pude experimentar. Quando contava aos meus parceiros qual era o custo do El Imigrante e quanto a casa poderia cobrar, era uma bela surpresa, tanto que alguns ainda mantém o drinque na carta.

Escolha com carinho qual rum você vai usar. Não é porque o Bacardí 8 Años é o mais caro que ele vai ser o melhor para o seu coquetel. Tenha um bom motivo para usar o rum certo na receita.

Pesquise tudo o que já foi feito nas dez edições do Bacardí Legacy para entender melhor o que deu certo ou não e para não dar o azar de trazer uma receita que teve sucesso em pouco tempo atrás.

Depois de tudo isso, pensar “fora da caixinha” é o grande diferencial que vai fazer o drinque competidor se destacar dentre os outros.


Em quantos balcões o El Imigrante ainda está sendo servido?

No meu claro, todos podem tomar um El Imigrante feito por mim no balcão do Jim RoofClub, no bairro do Itaim, em SP.Além disso, acredito que por volta de cinco bares continuam servindo em cidades do Nordeste e do interior de SP.

Mas, sem dúvida, se você souber a receita que está abaixo e pedir em qualquer bar, é muito provável que você seja atendido.


Você faria tudo de novo?

Sim, com certeza, mas não disputaria novamente tão cedo.
O campeonato é tão intenso que eu ainda me sinto vivendo a experiência.

Acredito que em alguns anos, quando eu estiver melhor estabelecido, vou querer me desafiar novamente. Até lá, vou torcer pelo próximo campeão nacional e que ele tenha grande sucesso na final que acontece esse ano em Amsterdâ.

Para participar do Bacardí Legacy 2018-2019 acompanhe aqui


Aprenda a Receita

El Imigrante

50 ml de Bacardi Carta Blanca
15 ml de Martini Bitter
15 ml de Martini Rosso
15 ml de limão siciliano
15 ml de xarope de açúcar

Em um copo longo, coloque todos os ingredientes, adicione gelo britado até o topo e coloque o mexedor swizzle.
Gire o swizzle entre as duas mãos rapidamente até o coquetel gelar e diluir apropriadamente.
Complete com mais gelo britado e colocar meia fatia de laranja e um ramo de manjericão como guarnição.

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