Como uma garrafa de cachaça pode mudar a história de uma bebida de qualidade.
Ultimamente tenho notado um grande avanço no design dos produtos, especialmente em garrafa de cachaça.
Eu que sempre fui um defensor da sofisticação e da elaboração das embalagens tenho notado que alguns produtores estão despertando e caindo na real de que a qualidade e a beleza de suas garrafas são fundamentais para o sucesso de sua marca.
A exemplo do que ocorreu com o rum e a tequila no mercado norte-americano no início dos anos 90 (como a imagem abaixo indica), as garrafas de cachaça estão ganhando novas formas e rótulos mais elaborados que as garrafas âmbar de cerveja e suas etiquetas bicolores em flexografia.
São pouquíssimas as marcas que podem se despir completamente e adotar tamanha simplicidade sem ter nem fama nem tradição.Porém não adianta jogar a culpa somente nos produtores, a indústria nacional de vidros também tem sua parcela de responsabilidade.
Durante muitos anos as opções nacionais e com valores acessíveis eram muito poucas, de design simplório e acabamento um tanto rústico.
As embalagens mais sofisticadas, hoje, são importadas da França, sendo que há dois fornecedores principais: a Saver Glass e a Veralia – que por sinal, acaba de aportar definitivamente no país. Amém!
São garrafas sofisticadas e de extremo bom gosto que podemos ver em marcas de cachaças como a Cabana, Boutt, Engenho Pequeno, Sagatiba Preciosa, Fabulosa, Signature Merlet entre tantas outras que estão aparecendo nos últimos anos.
Veja abaixo o design da cachaça Gouveia Brasil.A boa notícia é que nem só de garrafas importadas se faz uma boa embalagem.
Existem vários exemplos de que com um pouco de criatividade e muito bom gosto, é possível utilizar embalagens nacionais com resultados fenomenais.
Bons exemplos são as cachaças Perfeição – do baterista do Legião Urbana, Marcelo Bonfá, a Fazenda Soledade – talvez uma das mais bem construídas embalagens do mercado, sem falar da Weber Haus Lote 48 XII anos Série Especial, com sua caixa com interior de cetim e muito ouro.Porém ainda acho que as garrafas mais simples, também cumprem seu papel e com muita personalidade digamos de passagem, ou alguém consegue imaginar a famosa Anísio Santiago/Havana ao lado em uma embalagem diferente?
Com diz o ditado, o hábito não faz o monge, e uma embalagem sofisticada não é garantia que o líquido apresente qualidade equivalente.
A embalagem pode servir para disfarçar um líquido medíocre e até de baixa qualidade.
Exemplos não faltam, mas o fair play me impede de dar nomes aos bois… Mas se a carapuça servir..
Para mim o mais importante é a coerência, o conceito da marca e o equilíbrio entre a embalagem, o liquido e a proposta comercial – $$$$$ – da marca.
De nada adianta uma cachaça ruim em uma garrafa solicitadíssima de cristal francês. De que vale tentar iludir o consumidor?
O bom design caminha junto com um bom líquido, uma honesta política comercial e uma distribuição constante e bem estruturada.
Esses são na minha modesta opinião, os fundamentos básicos para a construção de uma marca de sucesso.
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