Tony Conigliaro é unanimidade por onde passa. Em qualquer bar que entre, é admirado por bartenders.
Tony Conigliaro é um mixologista competente, aplaudido por diversas referências na mixologia mundial e uma figura a ser acompanhada com os olhos arregalados por quem está ingressando na carreira.
Tony é uma das maiores autoridades em flavor pairings, harmonizações e estudos de aromas e sabores na mixologia atual. Essa bagagem é graças aos anos em que Tony trabalhou com essências e fragâncias para o mercado de perfumes.
Atualmente, este inglês de corpo e alma cria receitas fantásticas no 69 Colebrooke Row, laboratório que mistura equipamentos de última geração com garrafas e coqueteleiras.
Tony Conigliaro foi convidado para essa entrevista e imediatamente nos confirmou que participaria. Aproveite.
Esta entrevista tem como fonte única a opinião dos convidados, sendo que este portal não realizou alterações de texto e opiniões.
Qual a sua definição de mixologia e onde ela está baseada?
A mixologia para mim é o experimento de até onde a arte do bartending pode chegar.
Gosto de imaginar que o que fazemos e entregamos na Drink Factory e na 69 Row Colebrook é o experimento do bartending, ou seja, a mixologia.
Como você acha que a mixologia pode ajudar bartenders a trabalhar melhor a cada dia?
A mixologia dá um maior conhecimento sobre os ingredientes e uma forma mais ampla de como manipularmos esses ingredientes para conseguir extrair o melhor flavor (aroma e sabor) de cada um deles.
Você teve algum mentor nos bares, que lhe ajudou a entender a profissão melhor?
Quem foi essa pessoa e porque?
Dick Bradsell, ele me ensinou como trabalhar com agilidade, eficiência e rapidez.
Como definir, em sua opinião, os termos adequados como mixologista, barman, bartender e flair bartender?
Eu não costumo separar mixologistas de bartenders…acreditam que eles possuem a mesma essência.
Já os flair bartenders possuem habilidades específicas e estão muito mais para showman.
A mixologia pode ser encarada como um momento específico na história da coquetelaria ou é um movimento que veio para ficar?
Mixologia existe há um longo tempo na história da coquetelaria e cada vez mais o interesse nela tem aumentado.
Você acredita que estamos passando pelo “boom da mixologia” e estamos próximos do seu auge?
Não creio. Eu acredito que a mixologia continuará a crescer por muito tempo, principalmente porque no fundo as pessoas sempre quiseram beber bons drinques.
Qual é o seu bar preferido e porquê?
Booker and Dax e o Dave Arnold’s Bar em Nova Iorque por elevar a experiência da mixologia a outros patamares.
Qual a sua bebida preferida atualmente?
Eu amo beber café. Falando de destilados, ninguém pode vencer o bom e velho gin!
Como e quando você começou a se interessar pela mixologia?
Eu comecei a me interessar pela mixologia há aproximadamente dezesseis anos atrás, pela influência de um amigo chamado Fabrice Limon e desde então eu tenho me divertido muito com tudo isso!
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Qual a sua impressão com a coquetelaria brasileira? O que você conhece? O que você tem a dizer sobre nosso estilo, cultura, sabores?
A nova coquetelaria brasileira é muita boa, especialmente as coisas acontecendo em São Paulo. Eu adoro a variedade de cachaças e as maravilhosas frutas que estão disponíveis nos mercados de vocês e que nunca conseguiremos consumir com frequência aqui na Europa.
Para você qual é o maior mixologista do mundo atualmente e porquê?
Eu não acredito que podemos dizer que apenas um profissional é o melhor ou maior, pois existe um coletivo de pessoas engajadas no desenvolvimento da mixologia e da arte do bartending que tem conhecimentos e admiração por todo o mundo.
Qual é a sua primeira memória sobre coquetéis?
Foi a Margarita, e ainda é uma das minhas bebidas favoritas.
Para você, qual é a diferença entre as escolas de coquetelaria americana e européia?
As influências são diferentes para as duas escolas. Enquanto a escola de coquetelaria americana está mais focada no estilo de drinques clássicos, a escola européia possui uma visão mais continental, com maiores influências.
Qual coquetel sempre será especial não importa em que moda nós estivermos?
Um bom Dry Martini com gin claro, um twist de limão ou uma azeitona.
Qual é o coquetel do futuro?
Ah se eu soubesse….
Descreva uma de suas receitas exclusivas. Qual o seu nome e o que ele representa.
Ele se chama The Rose, e é um coquetel inspirado em uma caminhada pelo verão inglês em um parque com uma taça de champagne nas mãos.
O aroma das rosas é criado através da mistura de essências numa pequena quantidade de álcool puro que em seguida e adicionado à um cubo de açúcar refinado.
Enquanto o coquetel é consumido, o perfume das rosas é desprendido a cada gole.
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