O Agave Azul é a matéria prima que esconde a história esquecida da Tequila, destilado mexicano
Já nos acostumamos que o destilado mais consumido e conhecido de todo o México é fruto da destilação do agave, em especial o agave azul, uma espécie de cacto suculenta da mesma família do aspargos (asparagaceae) que possui uma coroa exposta e uma base dentro da terra e está para o México assim como a cachaça e a cana está para o Brasil.
Porém o que poucos sabem é que história da tequila já esteve ameaçada por uma grande praga que poderia ter acabado com a produção de tequila por anos, talvez décadas.
Durante a década de 80, o México enfrentou um enorme crescimento no consumo de tequilas por todo o mundo, principalmente no mercado dos Estados Unidos.
Então, com o novo cenário econômico e social, o governo mexicano foi obrigado a introduzir novas políticas de sustentabilidade no mercado de agave. Mas o maior choque sofrido pela indústria de tequila foi a Crise do Agave no começo da década de 90.
Essa crise foi causada pela proliferação da bactéria erwinia caratavora em mais da metade da produção de agave da região de Jalisco, região central do México.
Isso fez com que um movimento sem precedentes ocorresse na indústria tequileira e as principais tequilas escolhessem alguns mercados específicos para trabalhar, caso como a Sauza Tequila, que atingiu seus maiores mercados como México, EUA e Canadá e a gigante José Cuervo que manteve a distribuição principalmente para países em desenvolvimento. No ano de 2008, foram consumidas 285 milhões de litros de tequila, e para comparação em 1990 foram consumidas apenas 79 milhões de litros do destilado.
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Acontece que para tornar um agave maduro para a produção de tequila é preciso aguardar de 6 a 10 longos anos. Como os produtores de tequila não estavam preparados para esse cenário e com o preço da agave muito acima do que se esperava, os pequenos produtores passaram a vender as suas fazendas às empresas tequileiras.
Além de criar um ciclo de desemprego dos pequenos fazendeiros o pior perigo ainda estava por vir. Alguém se lembra da Phylloxera na indústria de vinhos europeus nos anos 1800?? Pois é. Como apenas uma estirpe de agave é permitida no México, uma monocultura uniforme se desenvolvendo por lá, tornando toda a produção de agave suscetível a uma nova praga.
Outro problema que o México discute atualmente é a chamado de “A Corrida do Milho”, ou seja, uma enorme tendência das fazendas mexicanas de produzirem milho para abastecer ao mercado americano e europeu, que pode encarecer o preço da tequila pela falta de produtores.
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