O Last Word é um drinque do baú que ficou esquecido até ser revivido em 2004
À primeira vista um coquetel moderno que equilibra bebidas de forte personalidades o Last Word é na verdade um dos últimos clássicos criados antes da época da Era da Proibição.
Sua primeira aparição em livros é no Bottoms Up de Ted Saucier em 1951. Lá o autor diz que a receita é cortesia do Detroit Athletic Club, que foi fundado em 1915.
A história sugere que o drinque foi então apresentado pelo ator Frank Fogarty, o galã da foto ao lado.
Embora não fique claro de quem é a receita muito especula-se sobre o coquetel ser uma homenagem à Frank, que costumava encerrar suas peças com um breve monólogo, daí Last Word.
O coquetel, composto por partes iguais de gin, licor Maraschino, suco de limão e Chartreuse Verte é uma combinação um tanto quanto improvável dos sabores mais marcantes da coquetelaria.
Charteuse é uma marca de licores francesa que produz licores herbais e é fabricada por monges. O Chartreuse Verte é o mais famoso e aparece no filme Death Proof, de Quentin Tarantino. Como dizem no filme: “É o único licor que de tão bom tem uma cor em sua homenagem”.
Com cor verde brilhante, notas anisadas, mentoladas e sabor herbal complexo é um licor marcante de grande complexidade e elevado teor alcoólico, ao contrário de seu “irmão mais novo” o Chartreuse Jaune que tem cor amarela e notas de açafrão e mel, além das tradicionais notas herbais, anisadas e mentoladas. Vale ressaltar também que embora tenham muitos ingredientes em comum, o Chartreuse Verte e o Absinto são produtos completamente distintos.
Assim como o Maraschino, costuma-se utilizar o Chartreuse em pequenas doses devido a sua forte potência de sabor. A estranha combinação de partes iguais resulta em um coquetel cítrico extremamente refrescante e herbal onde nenhum ingrediente domina o outro, mas a combinação de todos cria uma bebida extremamente harmoniosa.
As notas herbais do Chartreuse apresentam-se logo de cara sendo contrapostas pelo perfume do gin e do limão tahiti, seguidos pelo doce amendoado do Maraschino e finalizando com as notas resinosas do gim e do Chartreuse.
Esta receita um tanto quanto curiosa chamou a atenção do bartender de Seattle, Murray Stenson que o colocou no cardápio de abertura do Zig Zag Café em 2004 onde o coquetel espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e em 2012 já era moda, gerando diversas variações onde a mais famosa é o coquetel Paper Plane de Sam Ross.
The Last Word
25 ml de gin london dry
25 ml de licor Maraschino
25 ml de Chartreuse Verte
25 ml de suco de limão tahiti
Em uma coqueteleira, bata todos os ingredientes vigorosamente com gelo. Na sequência coe para taça coupé previamente resfriada.
Como guarnição, alguns bartender escolhem um zest de limão tahiti, outros uma cereja maraschino.
Quer aprender outras receitas como essa? Clique aqui.
Compartilhe o seu coquetel com a tag #DrinqueDoBau e deixe seu comentário abaixo.
Receba nossa newsletter com os melhores artigos do universo da mixologia.
Obrigado por se inscrever!