Conheça mais sobre a carreira do bartender Antonio Lai
Antonio Lai é um bartender nascido na China que atualmente residente em Hong Kong, onde atende seus clientes com a Multisensorial Mixology. Já trabalhou em países como Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Singapura, Malásia e Taiwan além de também ter conquistado alguns campeonatos significativos no circuito oriental de coquetelaria.
Conhecer culturas diferentes como a de Lai são absolutamente importantes para o nosso desenvolvimento como bartenders mixologistas, uma vez que nos alimentamos de inspiração para criar e desenvolver coquetéis mais elaborados.
Antonio Lai gentilmente nos conta um pouco do seu cotidiano, do que entende e acredita na mixologia e como a mixologia molecular faz parte da sua vida atualmente. Aproveite.
Qual a sua definição de mixologia e onde ela está baseada?
O meu conceito está em entender o método (especialmente a Mixologia Molecular para mim) para criar coquetéis melhores, mais aprimorados.
Qual é o seu bar preferido e porquê?
Com certeza é o 69 Colebrooke Row. É o meu número 1 do mundo para mim.
Porque lá há um nível altamente avançado no desenvolvimento dos coquetéis, que lá nasceram, assim como os equipamentos e metodologia que ali é aplicada.
Você teve algum mentor nos bares, que lhe ajudou a entender a profissão melhor?
Quem foi essa pessoa e porque?
Não tive realmente. Desde que fui para as escolas de bartender e trabalhei em diversos lugares, fui acumulando informações de todos os lados, porém, Marcis Dzelzainis do 69 Colebrooke Row foi uma pessoa especial. Ele me ensinou todo o necessário para eu passar para os próximos passos da coquetelaria.
Como definir, em sua opinião, os termos adequados como mixologista, mixólogo, barman, bartender e flair bartender?
Os termos são basicamente a mesma coisa, a partir do momento que todos pretendem preparar drinques e fazer nossos clientes felizes e satisfeitos, o flairtender é apenas um entretenimento extra para o cliente. Todos nós no fundo queremos fazer melhores coquetéis.
A mixologia pode ser encarada como um momento específico na história da coquetelaria ou é um movimento que veio para ficar?
Mixologia, além da definição de Dale De Groof nos anos 90, no Rainbow Room, é para mim é mais um nome dado pelos especialistas, jornalistas e formadores de opinião para soar melhor o trabalho que fazemos diariamente melhorando as receitas.
Você acredita que estamos passando pelo “boom da mixologia” e estamos próximos do seu auge?
Acredito que os coquetéis nunca perderão espaço e que sempre haverá uma nova tendência para alimentar os bares e bartenders.
Você se considera um bartender ou um mixologista? Qual a diferença?
Eu me considero um bartender mixologista, mas sempre que eu for dar uma entrevista, os jornalistas tendem a me colocar como algo mais pro, como mixologista. Mas no fundo eu apenas toco o meu bar, faço drinques com prazer e atendo os clientes da melhor forma possível.Qual a sua bebida preferida atualmente?
Gosto de tomar um drinque tipico inglês chamado Snowball ,algo como uma parte de Advocaat para três partes de limonada.(foto acima)
Como e quando você começou a se interessar pela Mixologia?
Eu comecei a trabalhar com bares aos 18 anos, e me apaixonei pelo flair tender. Mas, quanto mais velho e experiente você vai ficando, mais você percebe que o conhecimento é a chave do sucesso. Então eu passei a estudar e ler tudo e todos que eu poderia ver à minha frente.
Qual a sua relação com a coquetelaria brasileira? O que você conhece? O que você tem a dizer sobre nosso estilo, cultura, sabores?
A minha relação ainda é muito pequena. Minha impressão é que há muita paixão, muita criatividade no ar e um estilo agradável de viver.
Para você qual é o maior mixologista do mundo atualmente e porque?
Tony Conigliaro.
Ele é um dos maiores criadores de coquetéis do mundo,sem dúvida. Pelas idéias que ele tem e executa, pelos equipamentos que ele envolve no processo criativo e pela história que ele tem com a mixologia mundial. (foto ao lado)
Qual é a sua primeira memória sobre coquetéis?
Long Island Iced Tea. Forte o suficiente para me dar uma ressaca das boas no dia seguinte
Para você, qual é a diferença entre as escolas de coquetelaria americana, européia e oriental?
Há muitas diferenças, principalmente nos equipamentos utilizados, no estilo aplicado em cada perfil de bartender mas principalmente nos ingredientes utilizados no preparo.
Você propôe uma nova visão sobre a Mixologia Molecular, que denomina como Multisensorial Mixology. Como defini-la para as pessoas interessadas na tendência?
Multisensorial Mixology é basicamente o entendimento das técnicas da mixologia molecular para criar coquetéis melhores e dar a eles uma nova memória dos coquetéis. É uma maneira de ver e aplicar a Mixologia Molecular.
Descreva uma de suas receitas exclusivas. Qual o seu nome e o que ele representa.
Earl Grey Martini
40 ml de Absolut Vodka
15 ml de xarope de elderflower
15 ml de suco de maçã
5 ml de suco de limão
ar de earl grey
caviar de earl grey
Bata os ingredientes em uma coqueteleira com gelo e coe duplamente para uma taça martini. Finalize com o caviar de earl grey e o ar de earl grey.
Antonio Lai utiliza técnicas da mixologia molecular para criar um ar e um caviar de earl grey que cai muito bem com o drinque.
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