Você já pensou em fazer dinheiro ou até mesmo ajudar a sociedade com o lixo que produz no seu bar?

Um novo decreto municipal  nº 58.701, elaborada em 04 de abril de 2019, está dando o que falar na cidade de São Paulo. A prefeitura está ampliando a gestão e fiscalização da coleta de lixo da cidade e quem não se organizar vai pagar uma multa.Por isso é urgente que tomemos medidas para controlar a geração de resíduos e os gastos com relação a isso, todos os estabelecimentos comerciais precisam se adequar às novas condições.

O decreto diz :

Art. 2º Os grandes geradores de resíduos sólidos devem, obrigatoriamente, realizar seu cadastro na Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – AMLURB, nos termos do artigo 140 da Lei nº 13.478, de 2002, e deste decreto.

É dever dos bares e restaurantes que se enquadram como grandes geradores de lixo (que produz 200 litros ou mais de lixo por dia) contratar empresas que realizem a coleta. Deixar o lixo na calçada nesses casos além de ser ilegal pode gerar multa. Essa penalidade por descarte irregular sempre existiu, ela varia de R$ 790 a R$ 15 mil, dependendo da quantidade de resíduo despejado.Claro é sempre bom lembrar que você pode usar as garrafas de vidros para insumos e aproveitar todas as dicas que a gente vem dando ao aqui na coluna, mas se mesmo assim ainda tiver coisas para jogar no lixo, você precisa destinar do jeito certo.

Existem muitas vantagens, não só para o meio ambiente como para o estabelecimento, em contratar uma empresa de gestão de resíduos. Algumas empresas promovem até treinamentos sobre reciclagem, outras oferecem selos verdes que podem agregar descontos em IPTU e outras empresas.

Mas se você não quer pagar por esse serviço é possível adotar medidas que além de poupar dinheiro ajudam a comunidade.

Você pode separar os recicláveis e combinar dia e período para a recolha, com as cooperativas de catadores perto do seu bar.

Como encontrar uma cooperativa de reciclagem:

Existem vários modos de encontrar essas cooperativas. O Cataki é um app que une catadores e geradores de lixo, ele tem abrangência nacional. Segundo dados do aplicativo, os profissionais de coleta separaram corretamente 90% dos itens que são reciclados no Brasil. E muitos sobrevivem com a renda desses materiais: o quilo de plástico ou de papelão, por exemplo, vale somente 20 centavos de real. Já o quilo do vidro é mais desvalorizado, rendendo apenas 5 centavos, por isso a gente precisa juntar tudo o que é possível reciclar.

Funciona assim:
Quem faz a coleta, cooperativas e quem produz lixo – sejam pessoas físicas ou empresas – podem instalar o Cataki gratuitamente em aparelhos que tenham os sistemas iOS (Apple Store) ou Android (Google Play). Depois do cadastro, você já pode fazer uma busca pela sua região.

No cadastro dos catadores, você tem acesso a região aonde atuam, ao perfil com dados pessoais básicos, o telefone e o tipo de material que recolhe, eles também podem colocar fotos e contar um pouco da sua história. “Isso humaniza os catadores, que têm muita vontade de falar e ficam escondidos na sociedade. É um canal aberto para mostrar quem eles são.” fala Ruiz.

Com o localizador você pode ver quais catadores estão mais próximos, e com acesso aos dados, você pode fazer contato direto com o profissional e combinar como vai ser a retirada desses resíduos.

Michael Douglas Bezerra da Silva, um dos 2.500 catadores cadastrados no Cataki

O Ponto Verde é uma instituição que tem a missão de gerir e organizar as embalagens que vão para o lixo através do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem. A sociedade financia a recolha e separação das embalagens, é garantido a reciclagem dos resíduos separados, vendendo as embalagens usadas aos recicladores (papel/cartão, vidro, plástico, madeira, aço e alumínio) feito o acompanhamento para a destinação adequada – reciclagem ou valorização energética. Eles também promovem a educação ambiental e apoiam programas que estudam meios de desenvolvimento de materiais reciclados. E você só paga o valor referente ao pesa e quantidade de embalagens.

O que pode ser recolhido para a reciclagem?

Mas e o material orgânico?

Para esse tipo de resíduo você pode e deve tomar medidas de reaproveitamento, aqui no Mixology News tem bastante dicas. Mas mesmo extraindo tudo o que é possível extrair de sabor e propriedades dos seus insumos ainda geramos resíduos e eles podem ser compostados de várias maneiras. Veja abaixo.Composteira automática:

À base de energia elétrica, ela é um modo prático e rápido de se fazer compostagem. Ela existe de vários tamanhos, de 2 a 500 Litros. Se você tem um restaurante grande, ela pode ser uma alternativa para todo o lixo orgânico, pois ela suporta todos os tipos de alimento, seja eles restos de pratos ou pedaços de frutas.

O processo ocorre pela degradação da matéria orgânica de forma elétrica, simples, rápida e prática com a adição de micro-organismos chamados de Acidulo TM, o resíduo é decomposto a uma velocidade impressionante, em apenas 24 horas seu lixo se torna adubo orgânico. Uma das vantagens desse equipamento é que ele pode ser colocado em qualquer ambiente dentro do seu restaurante.Composteira convencional:

Esse tipo pode ser adotado por estabelecimentos, ou você pode fazer até em casa, mas é preciso um ambiente separado, longe de onde é manipulado ou armazenado qualquer tipo de alimento.

Ela é formada por três caixas empilhadas, uma pequena quantidade de composto e pode ser feito com algumas minhocas ou não – mas sem elas leva mais tempo e pode gerar cheiro dependendo do tipo de alimento que você compostar.

Você pode entender melhor o que é compostagem nesse vídeo aqui.
Mas se você quer aprender a montar uma composteira pequena pode acessar esse vídeo.

Composteiras comunitárias:

Já existem projetos de compostagem comunitária em vários pontos do país, e você se cadastrar em um desses pontos. São praças os terrenos que eram abandonados e agora servem como centros de compostagem urbanas.

Em Santa Catarina o “Revolução dos Baldinhos” já completou 10 anos. O projeto foi implementado pelo Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro) na comunidade Chico Mendes, no Bairro de Monte Cristo na capital. A gestão comunitária de resíduos começou como uma solução para um problema de saúde pública, resultado do lixo abandonado nas ruas da comunidade, que apresentava um dos piores IDH de Florianópolis.Na capital paulista o projeto Composta São Paulo foi uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a Morada da Floresta com objetivo de conscientizar os paulistas sobre o lixo orgânico e a importância da compostagem.

Agora falando de mundo, em São Francisco também conhecida como a cidade verde dos Estados Unidos e uma das 15 mais populosas do país, inovou com a ideia de compostagem e sustentabilidade urbana em 1996 (para vermos como estamos atrasados nesse assunto) Em 2009, a determinou uma lei em que as empresas e os moradores deveriam separar os lixos orgânicos dos recicláveis, obrigando toda a população a pensar na sua produção de lixo.

A prefeitura instalou lixeiras para a separação e começou a multar quem não cumpria a lei. Hoje, São Francisco já consegue reaproveitar 80% do lixo que produz (dados do departamento da cidade de São Francisco) e que seria descartado nos aterros sanitários. A prefeitura tem o objetivo de ser uma cidade que pratica o desperdício zero em 2020.

Ou seja, se já existe tanta gente fazendo não é uma coisa impossível, só precisamos arregaçar as mangas e trabalhar nesse objetivo.

Para finalizar, caso você queira adotar uma composteira no seu estabelecimento você pode usar esse adubo como moeda de troca ou desconto com seus fornecedores de hortifruti por exemplo, o que te vai render mais economia ainda.

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