Como se tornar um grande embaixador de marcas?

O que faz um grande embaixador de marcas de bebidas? O que torna um embaixador uma grande referência no mercado?

Aprenda algumas dicas aqui com os especialistas nessa área no Brasil e se prepare para o dia que essa oportunidade aparecer no seu bar, e claro, você quiser trocá-la pelo seu balcão diário.

O que é um embaixador de marcas? É uma pessoa contratada para representar marcas de bebidas, alcoólicas ou não e influenciar positivamente a comunidade de bartenders, com a finalidade de gerar credibilidade, relacionamento, introduzir novas tendências, criar receitas de assinatura e finalmente, aumentar o volume de vendas e presença da marca no mercado.

Mas quem são essas pessoas?
Em geral, são bartenders que trabalharam por muitos anos em bares de sucesso, garantindo que a maioria da sua carreira foi mais de acertos do que de erros, que tem reputação na comunidade de bartenders, que possui credibilidade profissional, que domina o mercado onde o produto será estabelecido e que tem conexões com diversos profissionais do mercado.

Se você ainda não leu “Embaixadores de Marca, Ser ou não Ser? não perca esse artigo.

Convidamos João Morandi, mixologista da Pernod Ricard, para dar uma dica de como se tornar um grande embaixador de marcas. Morandi acredita que inspirar e se deixar ser inspirado é muito importante.

Para Morandi, “é muito gostoso ter insights todos os dias que nascem de alguma oportunidade que aquela marca proporcionou, seja da qualidade que o produto possui, dos eventos que promove, das informações e novidades em cada campanha e na seriedade do trabalho de cada dia de todos os envolvidos no negócio. É bonito ver como seu trabalho gera paixão e conhecimento para as pessoas que interagem com você e as marcas que representa.”

Para Tony Harion, embaixador de Bacardi, para ser um grande embaixador de bebidas, é preciso ter “empreendedorismo criativo.”. Ele explica:

” Em um ambiente dinâmico como o da hospitalidade e o mercado de bebidas, novas oportunidades se apresentam em todos os formatos e sabores. É necessário que um bom embaixador tenha uma atitude empreendedora para identificar e abrir estas novas portas, criar oportunidades inovadoras e se esforçar para se aprimorar pessoalmente e profissionalmente o tempo todo.

Esperar que as coisas aconteçam, ou que alguém te ensine o que fazer quando uma situação difícil acontecer (e serão muitas), certamente não será o suficiente para que um embaixador se destaque em suas atividades.”

Agora, separamos 8 dicas para ajudar você a se preparar antes que a oportunidade bata a sua porta. Aguardo suas opiniões.

1- Não há glamour na profissão.

Mentira, há. Mas custa caro.
Custa anos de relacionamento saudável e de sucesso.
São muitos treinamentos e viagens se mantendo interessado nos assuntos e sendo amigável de todos.
São horas e horas de sono trocadas por estudos na coquetelaria, hospitalidade, línguas, entre outros.  As coisas não caem do céu do nada….e se caem, podem ir embora em um instante.

Colin-Asare-Appiah, embaixador de Bacardi nos Estados Unidos na foto abaixo.

2 – Trabalhe em marcas e projeto que você admira. 

Quer mesmo ser um bom embaixador?
Acredite no que faz. Com as pessoas que trabalha e por qual motivo está naquela marca.
Simples assim. Sem isso, nada vale a pena.

3 – Viajar é bom, mas cansa.

Nossa, mas ele viaja toda semana, que legal é ser embaixador de marcas.
Amigos, é muito bom, de fato, conhecer lugares novos, pessoas incríveis, momentos únicos.
Mas chega alguma hora que você se vê abrir e fechar a mala mais uma vez, para pegar aquela ponte aérea e apresentar a marca em outra cidade. E isso cansa. Cansaço físico e mental.
E é por isso que a dica nº 2 é muito, mas muito importante, releia.

4 – A vida não é beber no trabalho, mas trabalhar com bebidas

Outra coisa que muito se fala é que a vida perfeita é trabalhar nos bares provando os melhores drinques do país, nas baladas e festas inesquecíveis. Os embaixadores levam muito a sério essa responsabilidade.  E sim, ali é um local de trabalho (que é divertidíssimo, é verdade).
Se você perguntar para um embaixador como seria a noite dele se não estivesse alí, muitas vezes a resposta é: a festa de um irmão, um jantar com a família ou a visita a um amigo.

Raul Faria, embaixador de Absolut Vodka nos Estados Unidos na foto abaixo

5 – As vezes, você gostaria de estar sentado na 4ª fileira, ao invés de estar palestrando para um batalhão.

Antes daquele Masterclass para 50 pessoas, só quem está no backstage sabe o quanto o coração bate de empolgação, anseio e responsabilidade. E todo mundo sabe a diferença de um bom e de um mal palestrante.

Agora, como se tornar um bom orador? Poucos tem esse dom, muitos ralam demais para aprender a se posicionar, se expressar melhor, impor a voz e ter controle da sequência da informação a ser passada. Arte? Não. Técnica e treino.

6 – Ser embaixador não é um crescimento na profissão, é MUDAR de profissão

Bartenders precisam ter plano de carreira dentro da profissão. Só assim, poderão prever os próximos passos, o quanto cumpriram as metas que colocaram para sí mesmos, no tempo exato, e não foram levados pela maré de acordo com a moda da estação.

É preciso também entender que ao deixar o balcão, muda-se de profissão.
Ok, você sempre será bartender de coração…. Como diz o hino, “uma vez Flamengo, Flamengo até morrer.”.

Mas respeite o balcão, o esforço de quem está lá e a necessidade de assumir nova nomenclatura.
Até para que o bartender possa ser visto pela sociedade como uma figura que executa um trabalho em especial.

7 – Esqueça o curto prazo e faça relacionamentos de longo prazo

Não seja aquele embaixador que aparece as 22:00 de sexta feira, quando o bar está cheio para apresentar um projeto que precisa ser fechado no dia seguinte.
Também não seja agressivo na maneira de impor a sua marca, seja comercialmente ou em uma ação de marketing.
Respeitar a casa que você visita, que pode ser um possível cliente da empresa que você representa, é uma grande forma de ser respeitado como parceiro.
Esteja à disposição para ajudar no que for possível, mas entenda que o bar parceiro também tem as suas características próprias.

Joe McCanta, embaixador global de Grey Goose Vodka na foto abaixo8 – Não esqueça quem você é e nem o que você sempre acreditou

Contratar um embaixador é uma parceria entre uma marca e um profissional.
É claro que ela acontece justamente porque as duas partes pensam igual na maioria dos casos.
Porém, é possível que os ventos mudem, estratégias e conceitos se percam com a simples mudança de uma ou outra figura na marca.
Se isso acontecer, siga em frente, seja proativo, apoie a transição e colabore com a empresa.
Porém, nunca esqueça dos seus princípios e valores e se necessário, ajude a marca à descobrir um caminho melhor que não está sendo experimentado. Nunca se esqueça disso.
É uma troca, uma parceria necessária para o benefício mútuo entre a indústria e a comunidade.
E não seja picareta jamais.