Conversas com um jovem bartender

Você me pergunta se os seus drinques são bons. Pergunta isso a mim.

Já perguntou a mesma coisa a várias pessoas antes. Envia as suas receitas para as comunidades e grupos de discussão. Faz comparações entre esses e outros drinques e se inquieta quando um ou outro bartender critica suas escolhas. Agorbartendera, como me deu licença de aconselhá-lo lhe peço para desistir de tudo isso.

Você olha para fora, e é isso sobretudo que não deveria fazer agora.

Ninguém pode aconselhá-lo e ajudá-lo, ninguém.

Há apenas um meio.

Volte-se para si mesmo. Investigue o motivo que o impele de criar; comprove se ele estende das raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a si mesmo se você morreria caso fosse proibido de criar seus sabores e coquetéis para o mundo. Sobretudo: pergunte a si mesmo na hora mais silenciosa de sua madrugada. Preciso criar receitas e sabores? Desenterre de si mesmo uma resposta profunda.

E, se ela for afirmativa, se você for capaz de enfrentar essa pergunta grave com um simples e forte “preciso”, então construa sua vida de acordo com tal necessidade; sua vida tem de se tornar, até na hora mais indiferente e irrelevante, um sinal e um testemunho desse impulso.

Quando alcançar esse estado de espírito, nada mais importa, você será livre para criar.”

inspirado no poeta austríaco Raine Marie Rilke, em Cartas a um jovem poeta.

Receba nossa newsletter com os melhores artigos do universo da mixologia.

Obrigado por se inscrever!